sexta-feira, 2 de maio de 2008

50 Anos

E aí vem o Cazuza, em um dia dois de Maio, plantar na minha cabeça o sentimento da dúvida, da alegria e da tristeza. Olha para mim, lá do além sem fim e profetiza: “Me ame com amor ou não”.

Daí eu pergunto: “Porra, Caju: aquele amor era de verdade, enganava a todos, até a ela ou então era um meio termo”? “Será que ela me amava sem ou com pouco amor”?

Essas são umas das perguntas da vida que simplesmente não têm resposta. Se eu não posso dizer, o Cazuza, coitado, já morreu e a minha ex jura que sim mas age como se não fosse, como poderei saber?

Cazuza era parecido comigo ao não estar empregado quando deveria e por ser considerado, pelos mais conservadores, um traste inútil que não fazia nada de futuro da vida. No meu caso, não chega a tanto, mas com certeza ele e eu tivemos o mesmo problema de ter que mostrar para as pessoas que os nossos caminhos tortos iriam acabar no mesmo ponto final que a tentativa de reta deles.

A sorte do Cazuza é que ele tinha um pai proeminente em uma gravadora. Eu não tenho esse tipo de sorte (ou azar).

Mas não há sombras na suspeita de que eu, assim como algumas pessoas que conheço, estamos doidos para acertar com alguma coisa bem “inviável”, para que possamos esfregar na cara de um monte de gente que o nosso sonho é tão sonho quanto o deles, que a nossa vida não é menos importante e que a busca pela felicidade é concreta em todos os casos.

Se a minha ex ler isso, vai ficar novamente se sentindo desacreditada. Para ela eu deixarei registrado: “oh, meu bem: eu tento acreditar que você era tanto quanto dizia ser, só que muitas de suas ações a traiam e você, durante algum tempo, escreveu por linhas tão tortas, mas tão tortas, que mesmo que elas denotassem algo verdadeiro, ficava muito difícil de entender o que estava escrito”.


Registrado!

Peace, I’m out.

Um comentário:

Beto disse...

Se liberte, amigo!