Fasciculações
A mente não aguenta a dor
No meio de tanto tédio
Nada parece ser remédio
Para resgatar algo que ficou
Ali atrás, nem parecia capaz
De me sentir mal
Hoje, ao contrário, é algo tão banal
O corpo decanta o sofrimento
Em cada espasmo e lamento
Que você vez ou outra ouve
Mas você não entende
Porque a dor que sente é outra
Nasci pela dor e dela me sustento
Seria estranho se não fosse normal
Você teria coragem de perguntar na rua
Porque sua santa vizinha anda pela casa, nua
Se exibindo, estendendo roupas no quintal
Será a dor que a despe, no final?
A dor que me alimenta, que me faz normal
E só o excesso me faz diferente
O excesso de quem tenta não saber o que sente
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