Ah, raça amaldiçoada.
Neste zeitgeist regional contaminado, a maioria das mulheres espera que seu parceiro reprodutivo seja, ao menos, um pouco canalha. Homens bonzinhos não tem vez: transformam-se em amigos bananas, em seres idolatráveis e são distanciados. Você torna-se alvo de uma idiossincrática estranheza ao sustentar os padrões morais desejados, por vezes ensinados e propagados por nossos meios midiáticos.
A questão, agora imagino, é que os valores que almejamos são muito díspares de nossas possibilidades emocionais, nosso comportamento ordinário ainda é muito fraco, na falta de outro termo mais adequado, para que possamos sustentar nossos ideais ante a força da rotina e da sucessão diária.
Essa insuficiência esperançosa permite que tenhamos valores almejados de fato díspares dos que praticamos comumente ou, em uma assertiva mais próxima da realidade prática, dos que conseguimos praticar. Assim, o homem vê-se perdido em uma dicotomia talvez falaciosa entre conformismo e aceitação de seus intintos e desejos e a catarse social de normas e moralidades que, esperamos, possa nos redimir e levar-nos para longe da animalidade e da barbárie tradicional.
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