domingo, 29 de agosto de 2010

War

Essa é para um dos meus maiores amigos, Edison Melo.

Cuide-se, amigo velho de guerra....afinal, só os mortos viram e verão o final dela.

Saudades, cara.


http://www.easy-share.com/1912071761/Marcelo Melo - Sometimes You Can't Make It on Your Own (U2 Pseudo-Cover).wma

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Arithmetics

Afirmo hoje, munido de perigosa propriedade, que a adição do outro em nossas vidas implica na subtração do eu, mesmo que em caráter quase imperceptível. De fato, quanto menos perceptível é a subtração, mais prazerosa é a relação.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Helter Skelter

É, oscilo entre a magnanimidade de tentar ser mais compassivo, vosciferando máximas cristãs por aí, e as mágoa e descrença de mandar o mundo se foder.

Utilizando-me de uma música do Queen para isso, a propósito.

Eu só esqueci de mencionar o resto da estrofe da mesma "Under Pressure":



Insanity laughs under pressure we're cracking
Can't we give ourselves one more chance
Why can't we give love that one more chance?
Why can't we give love...?
give love give love give love give love give love give love give love give love...
'Cause love's such an old fashioned word
And love dares you to care for
The people on the edge of the night
And loves dares you to change our way of
Caring about ourselves
This is our last dance
This is our last dance
This is ourselves
Under pressure


Droga, Freddie: agora estou achando que você sabia ou intuía tudo e eu, ao contrário, é que não sei de nada. Obrigado, Farroukh.

This is about us

Os últimos dias flertaram com uma problemática que estava fermentando em minha mente.

O que é um amigo? Quando ele se torna um colega?

Então, eu acreditava que amigos seriam aquelas pessoas com as quais tivéssemos contato com um mínimo de frequência e que, por afinidade, nos quisessem por perto. Disto, laços e suporte mútuo derivariam.

Já quanto aos colegas, basicamente pessoas com as quais se tem afinidade, mas não mais convívio. O seu melhor amigo do passado pode se tornar um colega e, sabe-se lá, um estranho familiar, se vocês perdem o contato por muito tempo.

Quanto ao apoio mútuo...o pior é a demagogia dos que te elogiam e exaltam e, no momento da dor, esquecem de ti.

Já obtive ajuda de gente que não falava comigo há tempos, mas me socorreu em momentos de necessidade. Muito recentemente, uma pessoa que me achava admirável sequer ligou quando precisei. Essas coisas mostram que, assim como o ser humano, essas classificações são complexas.

No mais, dizem por aí que amor e apoio incondicionais, só dos teus pais: é bem possível que isso seja verdade. Familiares que não moram sob o mesmo teto e que pouco convivem também só costumam ser bonitos na fotografia. Há exceções: experimentei o oposto com meu irmão no Natal passado. Ah, não posso esquecer do primo Ivaldí: este sim é uma grande exceção.

No mais, aprendi a confiar e contar sempre apenas comigo, pois o ser humano pode ser fraco e antagônico e meus pais, estes que sempre estiveram lá, não ficarão aqui para sempre. Parafraseando o velho Valmar, frase dita há uns quatro anos:

"Marcelo, quando sua mãe morrer você terá que ser muito você."

É, meu velho. Sua frase é de uma pertinência assustadoramente concreta quando a necessidade se aproxima.

E quantas foram as vezes em que deixei alguém na mão? Algumas, imagino. Outras, pois não as lembro. Foda-se, espécie amaldiçoada.

"This is about us, this is our last dance.
This is ourselves under pressure"
- Queen

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Baseball, Charlie Brown...tudo legal?

Amanhã é dia da inauguração do campo. Irei sem pódium de chegada ou beijo de namorada. Eu sou um cara, só mais um cara.

Mas o tempo, o tempo não pára.

Amigos, só quando eles querem. Meus relicários e luvas me acompanham em uma procissão de lembranças: o tempo não pára.

Mas se você achar que estou derrotado...sorvo a seiva da minha solidão.



sábado, 7 de agosto de 2010

Like a Secret Smile

Mina,


Come to me and soothe my pain, ease my suffering
Hold me and, silently, say all that i need to hear
Which is the sound of your breathing

Say whatever, but hold me tight
If you cannot be my lover, be my mother
Only for tonight

Le Ciel

Por mais terápico que seja, é preciso levantar um pouco o meu queixo e enxergar o que não seja sofrimento. Meu ou dos outros, mas que não seja dor.

Este post é uma homenagem silenciosa aos também silenciosos e anônimos voluntários do CVV ao redor do Brasil. Eu já quis me matar, já carreguei o caixão de um suicida e, depois de quase convencido da inexistência de Deus, o valor da vida humana aumentou bastante para mim.

Isso, claro, não quer dizer que eu tenha deixado de tratá-la com o devido respeito durante todo o tempo. Há melhora, felizmente.

Você...aliás, você quem, acho que mal lêem isso...anyway, poucas são as pessoas que conhecem um voluntário do CVV. Aliás, alguém sabe aonde fica a sede do CVV aqui em Natal? Em uma rua escura e meio perigosa do centro da cidade. Longe de qualquer glamour, não é Petrópolis nem Ponta Negra. Por sinal, pelo que fui informado, calharam de montar um prostíbulo improvisado na frente da sede, bordel este que funciona nas ruínas, exato: ruínas, de uma casa colonial e há muito abandonada.

Alguém aqui tem idéia que dezenas de pessoas nesta cidade doam 4 horas e meia por semana para trancarem-se naquela casinha, pois já a vi e é pequena, e ficar esperando um telefone tocar? Então, quando isto acontecer, primordialmente ouvir e sequer tentar julgar ou se posicionar?

Eu critico a quase absoluta imparcialidade, afinal uma pessoa em dor geralmente busca aconselhamentos. Ainda assim, eu, como homem que já recorri dos serviços deles, digo que são bastante cautelosos quanto a dizerem o que acham sobre o que é contado.

Pior é quando o plantão é noturno, no qual eles têm que dormir em um quarto simples, partilhado por todos, sempre esperando um telefone tocar. Não, não há seguranças na sede, sequer câmeras. Não que deva haver muito o que se roubar por lá, mas a questão é:

Você sairia da sua cama quente, muitas vezes de ônibus, para ir dormir em um quase casebre em frente a uma bocada na Cidade Alta, para esperar que alguém que está passando por um aperto te telefone e, por fim, você possa, quem sabe, ajudar?

Eu já fui mais generoso e altruísta. A diferença, acho, entre os dois, é que o altruísmo é uma forma disfarçada de egoísmo, pois espera retorno. Já a generosidade, até onde entendo, é mais sincera e despretensiosa.

Em dias como hoje, em que acho que o mundo está uma droga e praticamente só enxergo dor, lembro-me destas pessoas. Vem-me à mente também o Foo Fighters.

There goes my hero, watching as he goes. He's ordinary.

A questão é que compramos a idéia de que um herói de nossa sociedade tem que ter alguma característica desejável e externalizada, de acordo com o nicho na qual sua excelência abranja. Esses voluntários, que têm esta generosidade em si e, portanto, internalizada, são geralmente ignorados.

Isto é, quando não são chamados de otários por estarem perdendo tempo com um surtado qualquer. Afinal, uma pessoa que chega ao ponto de ligar para o CVV só pode ser louca ou surtada, não?

Talvez, se meu professor tivesse ligado para um desses heróis anônimos, ele ainda estaria vivo. Pouco provável, pois ele parecia bem decidido mas, ainda assim, seria uma outra chance para a vida, para que ele mudasse o que o incomodava, se isto fosse possível.

Meus profundos respeitos a esses homens e mulheres que fazem seu trabalho em quietude, não aparecem na TV ou vestem roupas chamativas e, mesmo assim, salvam vidas.

De fato, como diz o comercial abaixo, a morte nunca mata apenas o falecido. Falo por experiência própria. Sem mencionar, como diria o rapper Emicida, um monte de gente que está viva mas que já morreu.



Vez ou outra, compreensivelmente, sou criticado pela minha excessiva necessidade de ventilação. A estes, deixo este outro vídeo:



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ironic?

"Que bom que seu pai não está vivo para presenciar o que está acontecendo por aqui."
-Maria Nísia


"Isn't it ironic, don't you think?"

Não sei que resposta dar a essa colocação. É um raríssimo caso em que "sim" e "não" são ao mesmo tempo cabíveis.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Anunciação

"Tu vens, eu já escuto os teus sinais."

"Há meros devaneios tolos a me torturar..."


Ah, a liberdade no que é amorfo.


http://www.easy-share.com/1911793608/Marcelo Melo - Eu Não Sei.wma

Parabéns para você...

Hoje é aniversário de minha mãe. 05 de Agosto, registrada no dia 25 do mesmo mês. 57 anos.

Pouco tempo antes da meia-noite, descobriu que já está sendo ameaçada de morte.

Belo presente, este. Belo presente motivado pelas companhias das quais ela se cercou: só alegria.

"Não se preocupe, meu filho: eu não tenho medo de morrer. Antes, mato um."

Essa é das minhas: morre, mas leva junto.

Droga, nem violência eu quero mais. Ainda assim, ela insiste em aparecer.

Eu não nasci para a guerra, mas tornei-me concumbino dela. Só que esta putaria não vai durar para sempre.

Ainda terei minha família tranquila e viverei em paz: que seja isto ou que eu morra tentando. Este continuum de violência vai acabar, esteja eu vivo ou morto.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

E como é...

Cansado.

Até que gostaria de compartilhar meus pensamentos sobre como o primeiro e mais sincero ateu do universo foi Lúcifer, mas isso fica para outra ocasião =P

Ainda assim, deu para gravar novamente. Outra gravação da cama de solteiro e, apesar de eu parecer bêbado durante a música, eu estava bem sóbrio: é justamente isso que me preocupa! =)

Até porque, homem nordestino e brasileiro mais certinho do que eu no que tange o consumo de alucinógenos, não é fácil encontrar.

Lucy, esta música é para você; e como é desigual, menina. =/

Só para constar: até onde sei, a música foi composta em parceria paralâmica com o Gilberto Gil, de modo que me parece imprudente afirmar que a música é só dele, apesar de tanto os Paralamas quanto Gil tocarem a música, com arranjos distintos.

Essa é também para o meu velho professor Marcos César Castro dos Santos. Por sinal...como professor de violão e canto, ele me mataria se ouvisse meus erros...ainda assim, é um presente, velho Marcos. Você, que gostava tanto de Gilberto Gil e Zé Ramalho, apreciaria ao menos o esforço e a escolha de repertório.

Esteja em paz, meu velho. Você me aturou no meu momento musical mais difícil: quando outros me rejeitaram, você me mostrou os pavimentos da estrada que hoje trilho. Não serás esquecido.

In this great future, we cannot forget our past.
- Bob Marley

http://www.easy-share.com/1911765485/Marcelo Melo - A Novidade (Paralamas do Sucesso Pseudo-Cover).wma