domingo, 14 de setembro de 2008

Ensaio

Cólera


Em meio a tanta convulsão
Reacende-se o medo, uma nova rebelião
Necessidade de entender nossa grande solidão
Que nos leva, às vezes, a perder a razão

Em tempos de crise
Um pouco de disciplina convém
Para impedir que a irracionalidade se cristalize
Salvando o que resta de alguém

Que não sabe o porque da ação
Mas julga ter razão
Ao representar a raiva
Não mais medindo proporção

Se tornando morte
Destruindo mundos
E contando com a sorte
Para viver mais uns segundos

Se tornando cólera, medo e ação
Fragilidade de cristal e força de furacão

Assim é o testemunho da ira
No nosso mundo que gira
Mas as vezes, de tão estranho
Não parece ter direção

O atual ensaio de testemunha
De quem viu e sentiu a chegada da morte
Mas, vai ver que por sorte
Ou intervenção de outras instâncias
Foi salvo várias vezes pelas circunstâncias

E hoje, apesar da pequena febre
Escreve, em tom de relato
A dramatização de um fato que, de fato, aconteceu
O encontro da vida e a morte

Em uma estória de pequeno porte
De mais um cidadão
Perdido entre as ruas de outra cidade
Desta ,talvez distinta, nação

Tudo começou com a vontade de falar
Sobre raiva e sentimentos eternos
E isso tudo abarcar
Em umas três dúzias de versos modernos

Daí veio a necessidade
De se parar o que se fazia
Para experimentar a agonia
Que é criar sem ter certeza

Se o feito da criação será lido ou não
Por outro pacato cidadão
Peridido ou se achando em algum lugar
Desta grande nação

Passada a contração
Vem a necessidade
De se falar a verdade
Amarrado por uma terminação

Fosse ela "ão" ou ar
Fosse ir ou voltar
Não é fácil narrar
Sob tamanho grilhão!

Apesar das dificuldades
Isso também foi superado
E, sem nada ser postergado
Continuou a criação

Que prosseguiu estranha
Narrando a si mesma
Em profusão tamanha
Fazendo-a divagar

Voltando ao assunto
Antes que eu me perca
Falava-lhes acerca
Do sanduíche de presunto...

Não! Tema errado!
Acabei trocando, apressado
O sujeito e o predicado
O certo e o errado
Motivado pela fome...

O que eu queria dizer
Antes de me perder
É que a raiva é um sentimento
Que serve de alimento
Para todo tipo de erro

Seja ele pequeno ou grande
Sem consequência aparente
Presente ou latente
Irracional ou consistente
Oculto ou não, mas que se sente

Para evitar as situações como essa
Que destróem o pouco que já existe
É que o homem que se julga triste
Frustrado, infeliz e enfadado

Pode tentar lembrar
Que ao fazer da fúria sua companhia
Perderá então qualquer alegria
Que venha a lhe acompanhar

Mas, um telefonema me interrompe
E consequentemente minha prosa
Tenho assuntos a tratar
E com o Elefante Rosa da fantasia
Irei me encontrar

Isso porém não significa
Que não haja mais nada para falar
O relato que faço irá continuar
Dentro em breve, quando eu voltar.

Enquanto isso, não mude de canal
Volto já.

Dive

Dive


Com que você sonha enquanto dorme?
Um campo florido ou um monstro disforme?
Você revê o seu dia ou cai em esquecimento?
Vê alguém que se foi e obtém alento?

Quem é você quando acorda?
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Come on, little stranger. There is only one last dance.

sábado, 13 de setembro de 2008

Another Deviation

Benzinho, eu Ando Pirado


Penso demais por isso não tenho paz
E a conclusão que isso me traz
É que eu preciso pensar menos
E fazer, qualquer coisa, mais

Como eu fiz não faz muito tempo
E olhem só no que deu
Agora eu vivo a contento
Com um verso que não é mais só meu

Em outra volta que a vida deu
E versos escritos rapidamente
Em uma carta que você não recebeu
Falando de algum assunto pendente

Eu sinto sua falta
Mas não dos seus dias ruins
Eu sei que isso é triste, meu bem
Que bom que você se mandou
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Essa foi feita agora, comemorando outra manhã de vida que estou vivendo. Eu sou um FDP sortudo, não tem jeito.

Sono²

Sono poético da madrugada em dose dupla para os meus leitores não existentes!

Este é da talentosa Mariana Zulianoli, que só pode escrevê-lo porque o mundo não acabou, ainda.
(Ou não?)


Sono


Cadê o sono?
Se toda esta obnubilação me conforta
Abre-te porta do meu sono também!
Mas que estado de consciência é este que me tem?
Me toma, mas não me convém!
Ora, Quero ter sono também!





E é Hora...


Ora, Ora!


...lá se vão os “tics”...
e os tecos daqui não esmorecem um vintém!
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Agora, segue o meu. Feito em mesma madrugada mas em horário diferente.


Sono


Eu tenho sono
Por ficar acordado até tarde
Falando um monte de coisas pela metade
Por já não estar pensando direito

Eu tenho sono

E caso não o tivesse
Talvez fosse mais perfeito
Fizesse as coisas direito
Não trocasse predicado e sujeito

Eu tenho sono

Mas tem gente por aí que não tem
Gente que eu não sei de onde vem
E nem o sono sabe também
Mas que sei que é alguém

Que também tem sono

Já que, se não tivesse
Estaria a parte do que somos
Longe demais do nosso sono
Que tarda, mas entorpece
Nos tornando todos iguais

Eu tenho sono

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Vergonha

Estou novamente sob influência de uma força maior e que se manifesta vez em quando.

Não é esquizofrenia, mas lembra ao se fazer presente mesmo que eu não queira.

É uma sensação boa, aquele frio no peito, já que nunca o senti na barriga, e que indica que eu estou passando por um momento de esperança. Geralmente esperança boba, apesar de que, neste mundo de aflições, qualquer esperança tem potencial de ser bem vinda.

No mais, fico imaginando como pode ser o futuro. Imaginar é, muitas vezes, fantasiar. Comigo, o é quase sempre. É bom, mesmo com o tratamento simpático e levemente distante. A fantasia, porém, se torna problema quando me desvia da rotina de pensamento que pode levar a obtenção de algo parecido, friso bem: parecido, com o que estou imaginando.

Por que parecido?


Dreams

The Cranberries

Composição: N.Hogan & D.O'Riordan

Oh my life
Is changing everyday
Every possible way

Though my dreams
It's never quite as it seems
Never quite as it seems

I know I felt like this before
But now I'm feeling it even more
Because it came from you

And then I open up and see
The person falling here is me
A different way to be

La larara larara larara la

I want more
impossible to ignore
impossible to ignore

They'll come true
impossible not to do
impossible not to do

And now I tell you openly
You have my heart so don't hurt me
You're what I couldn't find

A totally amazing mind
So understanding and so kind
You're everything to me

Oh my life
Is changing everyday
In every possible way

**Though my dreams**
***It's never quiet as it seems***
Cause you're a dream to me


Vocês..aliás, quê vocês, já que ninguém mais lê esses posts? Vocês, seres invisíveis, gostam dos Cranberries? Os anos 80 e 90 foram muito bons para os "rocks" brasileiro, americano e europeu,com certeza.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Those shoes are going to walk over you

E pensar que eu já pensei que a minha auto-destrutividade poderia, de alguma maneira, trazer para perto de mim quem eu gostava.

Após ler um comentário em um blog que tal coisa, em um caso específico, afastou o alvo da ação por ela achar que não poderia confiar a própria segurança em alguém que praticou um atentado contra si mesmo, vi que o tiro pode mesmo sair pela culatra.

Mas enfim, estou tentando perder o medo das adversidades emocionais.

domingo, 3 de agosto de 2008

Para você que...


Para você que se formou na UFRN para ser respeitado pelos outros

Para você que subverteu o conhecimento em prol do acúmulo financeiro

Para você que fez sim justiça...para sua carteira

Para você que acredita que estamos irremediavelmente condenados e, por isso, há de se jogar o jogo

Para você que deixou alguns sonhos relacionados ao direito morrerem

Para você que, quando descobrir que a sua tentativa de criar a famosa justiça estará terrivelmente amarrada a um sistema já decaído e, por isso, passar a reforçá-lo

Boa sorte.

P.S. Desejem o mesmo a mim já que, apesar de caminhos e idéias diferentes, somos expostos ao mesmo sol.