quarta-feira, 23 de abril de 2008

Aleijadinho

Antônio Francisco Lisboa...um cara que ninguém tem embasamento histórico para dizer que existiu mas, que ainda assim, é tido como figura histórica devido ao seu trabalho em Minas Gerais.

Quando eu me deparo com situações artísticas de pintura, escultura ou qualquer outra coisa difíceis, eu me valho do Aleijadinho. Não é santo, mas inspira. Não é possível que eu me recuse a fazer qualquer trabalho manual relacionado ao hobby quando eu me lembro que, teoricamente, aquele cara esculpiu os 12 profetas já praticamente sem os dedos das mãos e sem os pés. Não é muito justificável.

"Ah, mas eu não tenho obrigação de ser tão grande quanto ele. Somos pessoas distintas!"

Realmente, obrigação eu não tenho. Assim como eu não tenho obrigação de ajudar nenhuma pessoa que esteja em uma pior. Eu não tenho culpa da pobreza deles, tenho? A diferença não está na culpa ou na eventualidade que me torna quem sou, mas sim no fato de se vou ou não tomar uma atitude quanto ao fato.

Quando me lembro dele eu pinto, colo, queimo as mãos com silicone quente, entulho o quarto com cenários inúteis no presente momento e, mesmo assim, continuo fazendo no dia seguinte. O cara era mulato, resolveu ser artista no Brasil colonial (hoje ainda dizem que ser artista no Brasil é loucura, imagina naquela época), não largou o ofício apesar da degeneração dos membros (se fosse do nariz, nem seria algo tão espantoso) e eu, homem feito e saudável, vou me entregar por causa de 30 ou 40 marines, 6 bunkers e 10 cenários modulares para pintar e construir? Nem sob porrada.

Dizem que a função das lendas de heróis é nos lembrar que nós também podemos ser grandes.

E você, qual a sua inspiração motivacional?

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