Eu não sei se vocês aí do sul tiveram muita exposição ao boom do movimento Manguebeat ocorrido no início dos anos 90. Foi um tempo de inovação cultural que teve por porta-estandarte um pernambucano de nome Francisco, que seria imortalizado como o novo Chico Ciência, o Chico Science.
Eu não gosto muito de pernambucanos que acham que Pernambuco é um estado ímpar e de maravilhas sem igual quando na verdade não o é, mas respeito enormemente o Chico. Não apenas pelos aspectos sonoro-culturais alardeados por ele, pela Nação Zumbi e pelo Mundo Livre S.A, mas também pelo fato de que ele, diziam, era um cara vanguardista e de idéias no lugar.
Em uma de suas músicas, ele proclamou: “Um passo a frente e você não está mais no mesmo lugar”. Isso tem me ajudado demais. Se você joga com a Guarda Imperial, meu amigo, pode lhe ajudar mais ainda.
Não há dúvidas que a frase é óbvia. Se preferirem algo mais cult, citarei supostamente Lao-Tsé, que afirmou que “a viagem de mil milhas começa com um passo”. Primeiro que não existia a noção de milha na China daquele período, mas a intenção dá perdão ao erro técnico. Sabemos que o esforço compreendido em nossa insistência em materializar nossa imaginação na forma de artesanato, pintura e jogos pode ser maior do que o homem comum de nossa sociedade está disposto a exercer. Ainda assim, nos tornamos contra-cultura e vamos em frente.
O cansaço maior não advém de se perceber o quanto já se fez, mas sim de que muitas vezes, ainda falta tanto que o trabalho vindouro parece incompatível com essa nossa realidade imediatista. O hobby de miniaturas definitivamente vai à contramão de muitas de nossas tendências modernas. Isso pode oprimir um pouco os jogadores um pouco menos seguros de seus objetivos profissionais.
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