Hoje não é dia de orgulho-próprio.
You Did It
Você falou
Que o medo pesou
E que não sabia se daria
Nem se conseguiria
Contar o que restou
Eu gostaria
Que você entendesse
Que nem tudo na vida é vitória, derrota
Ou interesse
E veja só
Como o mundo engana
O que era temor
Hoje é bacana
Sei que é difícil
Crer no melhor
E isto nos salva
De algo ainda pior
Você plantou
E agora colheu
Não sei quem te deu
Mas sei que é teu
Essa alegria
Que te faz diferente
Mostra alguém presente
E andando para a frente
Estou feliz
Porque estás também
Nessa vida não é só o que se quer
Mas sim, o que se tem
Cada conquista
Todo plano em vista
É a maneira de me lembrares
"Não desista"
Deve haver
Algo que satisfaça
Que não seja triste
E que não precise ter graça
Creio que sei
Deste modelo ideal
Que não é fantástico
Ou banal
Falo, então
De tanta vontade
Seja de ficarmos juntos
Ou de terminar a faculdade
Isso, sim
É o princípio do fim
Pois para cada começo
Algo tem que morrer
Que não sejamos nós
Que fiquemos a sós
E que da felicidade
Sejas porta-voz
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
Requisição D-L324, Protocolo 1.230, Terceira Ordem
Exaltados membros da Casta dos Vin-Huei,
Peço-lhes, com as devidas humildade e deferência, que encerrem prematuramente minha missão de observação no planeta 948-AM35, conhecido pelos habitantes do país em que me encontro como Terra.
As razões de tal pedido serão melhor explicadas após meu esperado retorno às luzes e calmaria de Selen, pois fazê-las no momento me é por demais penoso. Porém, devo confessar que perdi o senso de propósito da incumbência a mim concedida, visto que as anotações e registros feitos neste planeta não revelam algo de particularmente promissor, em termos de maturidade neuro-fisiológica que culminará em maturidades social e afetiva, em menos de cinco mil anos locais, o que corresponde a cerca de trinta translações do Orbe da Transcendência.
Portanto, considerando que sou impedido por função para intrometer-me nos assuntos não mais que mundanos da sociedade dos seres daqui, vejo-me aflito ante a tanta confusão, barbaridade, individualismo, indiferença e intolerância.
Ciente do fato de que o abandono precoce de minha missão poderá acarretar em danos à minha pessoa, ainda assim protocolo este pedido, pois o fardo que o estágio civilizatório desta espécie me impõe é pesado demais.
Como assim foi, assim será.
Que o Orbe circunde.
Jino Elenciar Lesto
Peço-lhes, com as devidas humildade e deferência, que encerrem prematuramente minha missão de observação no planeta 948-AM35, conhecido pelos habitantes do país em que me encontro como Terra.
As razões de tal pedido serão melhor explicadas após meu esperado retorno às luzes e calmaria de Selen, pois fazê-las no momento me é por demais penoso. Porém, devo confessar que perdi o senso de propósito da incumbência a mim concedida, visto que as anotações e registros feitos neste planeta não revelam algo de particularmente promissor, em termos de maturidade neuro-fisiológica que culminará em maturidades social e afetiva, em menos de cinco mil anos locais, o que corresponde a cerca de trinta translações do Orbe da Transcendência.
Portanto, considerando que sou impedido por função para intrometer-me nos assuntos não mais que mundanos da sociedade dos seres daqui, vejo-me aflito ante a tanta confusão, barbaridade, individualismo, indiferença e intolerância.
Ciente do fato de que o abandono precoce de minha missão poderá acarretar em danos à minha pessoa, ainda assim protocolo este pedido, pois o fardo que o estágio civilizatório desta espécie me impõe é pesado demais.
Como assim foi, assim será.
Que o Orbe circunde.
Jino Elenciar Lesto
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
To Sink or not to Sing
Lifeboats
Você velou meu sono
E tanto abandono
As crianças na rua
Sua crítica crua
Nada disso me afeta hoje
Agora sou imóvel
Você me protege da dor
E me abana no calor
Sendo quase como for
Você me apóia
E é minha bóia
Nesse mar de emoções
E tubarões
Nós vamos à praia
Você nem gosta de saia
Eu não me sinto mal
Em não ser igual
Não preciso disso
Essa diferença
Se mantém na crença
De nosso compromisso
Falo dessas coisas
Como o som no espaço
Entre atrito e cansaço
Eu me propago
E no seu afago
Torno-me um brado
Um rugido cortado
O fim da solidão
Nessa união
Você velou meu sono
E tanto abandono
As crianças na rua
Sua crítica crua
Nada disso me afeta hoje
Agora sou imóvel
Você me protege da dor
E me abana no calor
Sendo quase como for
Você me apóia
E é minha bóia
Nesse mar de emoções
E tubarões
Nós vamos à praia
Você nem gosta de saia
Eu não me sinto mal
Em não ser igual
Não preciso disso
Essa diferença
Se mantém na crença
De nosso compromisso
Falo dessas coisas
Como o som no espaço
Entre atrito e cansaço
Eu me propago
E no seu afago
Torno-me um brado
Um rugido cortado
O fim da solidão
Nessa união
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Full Circle?
John Rambo, cansado de guerra, sonhou com seu antigo superior e amigo, Coronel Samuel Trautman. John não aguentava mais o ostracismo auto-imposto nas selvas do sudeste asiático, tampouco a matança contínua que praticou e que, em sua visão, não mudou a essência de como as coisas ocorrem. Portanto, tinha sorte de ainda estar vivo e contemplava com amargura o fato de ter sido um peão, mesmo que dos bons, nos jogos de poder que envolvem conflitos armados.
Vivia então, como barqueiro e apanhador de serpentes em algum lugar, salvo engano, entre Burma e a Tailândia. Nada agradável para o homem que saiu do Texas ainda jovem para tornar-se um boina-verde e, após três passagens pelo Vietnam em guerra, ter tocado fogo em uma cidade de interior, retornado ao Vietnam para resgatar prisioneiros-de-guerra estadunidenses e, como se não fosse pouco, ter sido novamente chamado para ajudar a guerrilha dos Mujahideen afegã que, ironicamente, repeliria o domínio soviético no país e empossaria os fundamentalistas do Talebã.
Interessante em observar como os E.U.A. ajudam em um momento para atacarem uns anos mais tarde.
John sonha.
E, como John, que terminou seus afazeres e retornou para o rancho de sua família no Texas, penso estar encaminhando-me para meu ponto de partida, porém sem ser o mesmo, como dizia Nietzche em seu eterno retorno, de quem era quando comecei. Já dizia o Emicida que, "...quando tudo parece confuso, é preciso voltar ao começo."
E, mesmo andando-se em círculos, o velho Chico Science já corroborava a idéia de que com um passo à frente, não se está mais no mesmo lugar. Apenas um aparentemente ordinário passo. Aí lembro-me de Confúcio, que dizia que "a viagem de mil milhas começa com um passo."
Fechar um ciclo pode ser bom. Ademais, só o caminhar já representa algo significativo.
Esses dias têm sido de caminhadas e crescimento mas, desta vez, não mais pelas trilhas espinhosas do medo e da insegurança exagerada. Hoje, há uma trilha de areia fofa e confortável que levará, creio eu, à grama aconchegante do Éden.
Enquanto não chegamos à grama...
Full Moon, Full Circle (A Possible Paradise)
Hoje acordei pensando
Que o mundo pode estar acabando
Mas posso postergar esta morte
Com alguém querida por perto
E alguma sorte
Hoje quis ter alguém por perto
E esse teu jeito discreto
Não deixou que ninguém notasse
Que mesmo que meu mundo acabasse
Não deixarias que ninguém escutasse
Eessa fraqueza que nos vêm
Quando compartilhada, diminui
E ao ser de mais ninguém
Tudo piora, nada flui
Mas estamos aqui, caminhando
Eu diria sorrindo e cantando
Mas a vida é real demais
O que não impede
Que estejamos bem
Com dinheiro ou sem
No carro ou no trem
O mundo é real demais
Assim como você
E essa nova e desejada paz
Não precisamos de TV
Para vivermos um romance
Real, ao nosso alcance
Que nos ajude a viver
Nos faça felizes
Para que possamos crescer
Abandonar a guerra
E não mais sobreviver
Vivia então, como barqueiro e apanhador de serpentes em algum lugar, salvo engano, entre Burma e a Tailândia. Nada agradável para o homem que saiu do Texas ainda jovem para tornar-se um boina-verde e, após três passagens pelo Vietnam em guerra, ter tocado fogo em uma cidade de interior, retornado ao Vietnam para resgatar prisioneiros-de-guerra estadunidenses e, como se não fosse pouco, ter sido novamente chamado para ajudar a guerrilha dos Mujahideen afegã que, ironicamente, repeliria o domínio soviético no país e empossaria os fundamentalistas do Talebã.
Interessante em observar como os E.U.A. ajudam em um momento para atacarem uns anos mais tarde.
John sonha.
E, como John, que terminou seus afazeres e retornou para o rancho de sua família no Texas, penso estar encaminhando-me para meu ponto de partida, porém sem ser o mesmo, como dizia Nietzche em seu eterno retorno, de quem era quando comecei. Já dizia o Emicida que, "...quando tudo parece confuso, é preciso voltar ao começo."
E, mesmo andando-se em círculos, o velho Chico Science já corroborava a idéia de que com um passo à frente, não se está mais no mesmo lugar. Apenas um aparentemente ordinário passo. Aí lembro-me de Confúcio, que dizia que "a viagem de mil milhas começa com um passo."
Fechar um ciclo pode ser bom. Ademais, só o caminhar já representa algo significativo.
Esses dias têm sido de caminhadas e crescimento mas, desta vez, não mais pelas trilhas espinhosas do medo e da insegurança exagerada. Hoje, há uma trilha de areia fofa e confortável que levará, creio eu, à grama aconchegante do Éden.
Enquanto não chegamos à grama...
Full Moon, Full Circle (A Possible Paradise)
Hoje acordei pensando
Que o mundo pode estar acabando
Mas posso postergar esta morte
Com alguém querida por perto
E alguma sorte
Hoje quis ter alguém por perto
E esse teu jeito discreto
Não deixou que ninguém notasse
Que mesmo que meu mundo acabasse
Não deixarias que ninguém escutasse
Eessa fraqueza que nos vêm
Quando compartilhada, diminui
E ao ser de mais ninguém
Tudo piora, nada flui
Mas estamos aqui, caminhando
Eu diria sorrindo e cantando
Mas a vida é real demais
O que não impede
Que estejamos bem
Com dinheiro ou sem
No carro ou no trem
O mundo é real demais
Assim como você
E essa nova e desejada paz
Não precisamos de TV
Para vivermos um romance
Real, ao nosso alcance
Que nos ajude a viver
Nos faça felizes
Para que possamos crescer
Abandonar a guerra
E não mais sobreviver
domingo, 19 de setembro de 2010
Oba, Charles!
Não, dessa vez não é sobre o Charlie Brown e a miséria existencial.
Fico pensando se essa rima é meramente proposital :)
De qualquer maneira, o Charles do qual falo é o Anjo 45, aquele cantado pelo Jorge Ben. Muita felicidade ao achar um vídeo de 1987 dos Paralamas, até então inédito para mim. Lembranças de um Brasil que, felizmente, já foi. Assimilações de coisas que não sabia sobre uma de minhas bandas preferidas.
Aí, sozinho em um quarto escuro em um domingo à noite, eu penso que, aparentemente, a Sociedade Onírica compôs sua primeira música há mais ou menos três horas atrás. Sinto, ou talvez quero sentir, que esse post representa o início de um processo muito positivo em minha afetividade, processo este de reconexão com a arte através de uma banda de rock. Como não posso nem quero, ao menos por enquanto, voltar ao Canto dell' Arte, reestabeleço meu contato e sacio um desejo muito antigo.
Rock and Roll.
E o início desse processo também me lembra do fim de outro. Apesar de estar tranquilo, não posso dizer que estou satisfeito com o que houve. Eu era feliz, mas os momentos alegres começaram a tornar-se tão escarços e, os de turbação, tão recorrentes, que não vi outra saída senão desligar os aparelhos e deixar o paciente descansar em paz.
Resta-me agora também descansar quanto a isto, vivendo e absorvendo meu luto. Para terminar, dois trechos transcritos de "Os Paralamas do Sucesso - V, o Vídeo" de 1987 e do documentário da A&E "Nossa Gente: Herbert Vianna", de 2006.
Seguem, em ordem de citação:
"Eu faço o que eu quero, ganho para...ganho legal para viver e o que mais gosto mesmo é música, tocar. É isso mesmo...acho que...que...sou um felizardo."
João Barone, circa 1987
Fico pensando se essa rima é meramente proposital :)
De qualquer maneira, o Charles do qual falo é o Anjo 45, aquele cantado pelo Jorge Ben. Muita felicidade ao achar um vídeo de 1987 dos Paralamas, até então inédito para mim. Lembranças de um Brasil que, felizmente, já foi. Assimilações de coisas que não sabia sobre uma de minhas bandas preferidas.
Aí, sozinho em um quarto escuro em um domingo à noite, eu penso que, aparentemente, a Sociedade Onírica compôs sua primeira música há mais ou menos três horas atrás. Sinto, ou talvez quero sentir, que esse post representa o início de um processo muito positivo em minha afetividade, processo este de reconexão com a arte através de uma banda de rock. Como não posso nem quero, ao menos por enquanto, voltar ao Canto dell' Arte, reestabeleço meu contato e sacio um desejo muito antigo.
Rock and Roll.
E o início desse processo também me lembra do fim de outro. Apesar de estar tranquilo, não posso dizer que estou satisfeito com o que houve. Eu era feliz, mas os momentos alegres começaram a tornar-se tão escarços e, os de turbação, tão recorrentes, que não vi outra saída senão desligar os aparelhos e deixar o paciente descansar em paz.
Resta-me agora também descansar quanto a isto, vivendo e absorvendo meu luto. Para terminar, dois trechos transcritos de "Os Paralamas do Sucesso - V, o Vídeo" de 1987 e do documentário da A&E "Nossa Gente: Herbert Vianna", de 2006.
Seguem, em ordem de citação:
"Eu faço o que eu quero, ganho para...ganho legal para viver e o que mais gosto mesmo é música, tocar. É isso mesmo...acho que...que...sou um felizardo."
João Barone, circa 1987
"...e a Lucy foi a grande âncora do Herbert na vida...porque ela foi pegá-lo no fundo de um poço. Ele estava sofrido por uma relação anterior, ele estava sozinho. Surgiu a Lucy e isso foi um achado para ele, (sic) e ele embarcou nesse amor e é apaixonado por ela até hoje com grande intensidade."
Autor não identificado, mas presente no documentário da A&E. Provavelmente trata-se de Paulo Niemeyer, médico que integrou a equipe que tratou do Herbert após o acidente aéreo.
Esses depoimentos me traduzem, não quero falar por mim mesmo: minhas palavras estão secas e repetitivas. Estou, a exemplo, no fundo de um poço. Ainda assim, paradoxalmente aliviado.
sábado, 18 de setembro de 2010
Eu fico besta...
Puto, besta, incrédulo, tudo no mesmo dia.
Nunca tinha visto este vídeo e me assombrei com o conteúdo da mensagem.
http://www.youtube.com/watch?v=lvaOylTzLhA
Escrevi uma letra que fala um pouco sobre o que o Renato comentou, antes de assistir ao vídeo. Essas coincidências é que me assustam.
Ponto Final
Difícil é descobrir
Que quase sempre é mais fácil
Mentir ou omitir
E vencer pelo cansaço
É triste conceber
Que o sonho não é isso
Nosso mundo apressado
Destesta compromisso
E o grito é um meio
De se chegar ao fim
Se esquecendo um pouco
Do que é ruim
Mas você pensa
Que existe licensa
Para o coração de alguém
E esquece que sempre
Sentimos medo de ir
Para o universo e além
Estamos tentando
Chegar a um termo
Que não nos machuque demais
E nos dê alguma paz
Você e eu, somos humanos demais
Ontem fui eu, agora tanto faz
Amanhã será outro
O mar toma e traz
Resta esperar
Ver o tempo passar
E recomeçar
Caso seja necessário
Mas, caso contrário
Que bom, menos mal
Ainda gosto de ti
Ponto final
Nunca tinha visto este vídeo e me assombrei com o conteúdo da mensagem.
http://www.youtube.com/watch?v=lvaOylTzLhA
Escrevi uma letra que fala um pouco sobre o que o Renato comentou, antes de assistir ao vídeo. Essas coincidências é que me assustam.
Ponto Final
Difícil é descobrir
Que quase sempre é mais fácil
Mentir ou omitir
E vencer pelo cansaço
É triste conceber
Que o sonho não é isso
Nosso mundo apressado
Destesta compromisso
E o grito é um meio
De se chegar ao fim
Se esquecendo um pouco
Do que é ruim
Mas você pensa
Que existe licensa
Para o coração de alguém
E esquece que sempre
Sentimos medo de ir
Para o universo e além
Estamos tentando
Chegar a um termo
Que não nos machuque demais
E nos dê alguma paz
Você e eu, somos humanos demais
Ontem fui eu, agora tanto faz
Amanhã será outro
O mar toma e traz
Resta esperar
Ver o tempo passar
E recomeçar
Caso seja necessário
Mas, caso contrário
Que bom, menos mal
Ainda gosto de ti
Ponto final
Eu fico puto
É um povo que não se assume, é meu formalismo que jogo fora, é uma sexualidade que oscila, gente que concorda para agradar, verdades saídas do forno, minha dificuldade em ver o óbvio, gente que parece que se aproximou para se aproveitar de alguma informação que eu tinha, é uma mulher sorrindo em um dia e com a cara "fechada" no outro, disse-me-disse de futuras demissões e opções sexuais, é não receber o que se dá, um tempo que não se recupera, uma saudade de um relacionamento sem jeito, saudade de relacionamentos com jeito, é ter sido imaturo e por isso estar sentindo saudade, é saber que teus velhos amigos de condomínio estão se reunindo sem te chamar, é querer cantar e não conseguir uma banda, é se frustrar e ter que escrever em um blog, é colher o que plantou, é catar as moedas, juntar o que restou, é ser reclamão, é sentir a solidão.
Caralho, nós somos imaturos e complicados demais and i'm part of both cure and disease.
Não é de me espantar que Nietzche achava que o macaco era simpático demais para ter algum parentesco conosco. Ô raça amaldiçoada: filhos únicos e preferidos do Deus judaico-cristão...claro.
Eu fico puto.
Caralho, nós somos imaturos e complicados demais and i'm part of both cure and disease.
Não é de me espantar que Nietzche achava que o macaco era simpático demais para ter algum parentesco conosco. Ô raça amaldiçoada: filhos únicos e preferidos do Deus judaico-cristão...claro.
Eu fico puto.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Singing for the lousy morning
Ahem...
You are my sunshine, my only sunshine
You make me happy when skies are gray
You'll never know, dear, how much i love you
The other night dear, as I lay sleeping
I dreamed I held you in my arms
But when I awoke, dear, I was mistaken
So I hung my head and I cried.
I'll always love you and make you happy,
If you will only say the same.
But if you leave me and love another,
You'll regret it all some day
You told me once, dear, you really loved me
And no one else could come between.
But not you've left me and love another;
You have shattered all of my dreams
In all my dreams, dear, you seem to leave me
When I awake my poor heart pains.
So when you come back and make me happy
I'll forgive you dear, I'll take all the blame.
You are my sunshine, my only sunshine
You make me happy when skies are gray
You'll never know, dear, how much i love you
The other night dear, as I lay sleeping
I dreamed I held you in my arms
But when I awoke, dear, I was mistaken
So I hung my head and I cried.
I'll always love you and make you happy,
If you will only say the same.
But if you leave me and love another,
You'll regret it all some day
You told me once, dear, you really loved me
And no one else could come between.
But not you've left me and love another;
You have shattered all of my dreams
In all my dreams, dear, you seem to leave me
When I awake my poor heart pains.
So when you come back and make me happy
I'll forgive you dear, I'll take all the blame.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Heaven Knows I'm...what?
Sorte
Que sorte a minha
Relembrei de uma velha idade
Que há tempos não tinha
Que sorte a minha
Poderia nem ter acordado
Mas abri os olhos
Para ser imperfeito
Que sorte a minha
Sou errado, derrapo, escapo
Mas aprendo um pouco
Demagogo, arrogante, surdo
Meio quase-tudo
Mas, ainda não mudo
Daí as impressões
E no mais, só razões
Tantas que me perco
E quando não me acho, espero
Esperando, esqueço o assunto
Ah, nem lembro
Que sorte a minha
Relembrei de uma velha idade
Que há tempos não tinha
Que sorte a minha
Poderia nem ter acordado
Mas abri os olhos
Para ser imperfeito
Que sorte a minha
Sou errado, derrapo, escapo
Mas aprendo um pouco
Demagogo, arrogante, surdo
Meio quase-tudo
Mas, ainda não mudo
Daí as impressões
E no mais, só razões
Tantas que me perco
E quando não me acho, espero
Esperando, esqueço o assunto
Ah, nem lembro
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Mais ou Menos e o Silêncio Falante
Eu tenho uma conhecida, cujo contato perdemos há tempos, que escreve muito bem em um blog obscuro e fechado para comentários. Aquilo sim, é poesia prosaica, por mais antagônico que isso pareça. Pena que nem possa dizer isso à ela.
Com o texto da...putz, esqueci o nome da menina (falta de contato dá nisso: ninguém é insubstituível e o tempo esconde o que não é presente), começo este post.
Com o texto da...putz, esqueci o nome da menina (falta de contato dá nisso: ninguém é insubstituível e o tempo esconde o que não é presente), começo este post.
"Ao abrir a porta eu percebo que não sou nada nas mãos de outros homens, que minha fragilidade me reduz a vítima e minha força se reduz a nada quando eu menos espero. Minha felicidade é comprada em farmácias, meu corpo caminha em tarjas vermelhas, meu sono só vem se a vida deixar."
Extraído do Blog "Silence". (Para link, olhem nos meus blogs favoritos)
Acho que esse texto é fantástico para toda e qualquer pessoa que se acha independente demais e nega a sua inerente fragilidade advinda da própria situação do existir e de ser Homo sapiens sapiens.
Agora, quanto à vida mais ou menos, isso já é outra questão. A maioria das pessoas passa a vida com o que dá, não com o que quer. Devemos aprender a jogar com as cartas que nos vêm, eu concordo, mas quase sempre podemos reembaralhar o maço de cartas se acharmos que a sequência está desfavorável demais.
E já que há zilhões de coisas nas quais eu não posso embaralhar as cartas, estou insistentemente tentando fazê-lo dentro das possibilidades: infelizmente, isto tem sido muito mais lento do que deveria.
Estou desesperadamente tentando me reaproximar de todos os sonhos que tive, de todos os desejos tomados pelas circunstâncias. Não posso afastar-me da realidade, porém. De qualquer maneira, não vou deixar-me entregar e vou lutar pelos meus sonhos, pelo que acredito ser certo, por um mundo um pouco melhor à partir de mim e por um mês contínuo, no mínimo, de felicidade.
Nem que eu tenha que tirar férias e sumir do mapa.
Agora, o inteligível vai misturar-se com o sensível.
Cages
Não sei o que você sabe
Nem a parte que me cabe
Na tua vida alentada
E minha busca desesperada
Por um mês inteiro de paz
Sem opressão ou guerra
Pois o meu dia se encerra
Em outra incerteza
Nós temos diferenças
E todas essas crenças
Não nos aproximam
Pensamos ser corretos
Mas estamos tão incertos
Quanto qualquer um
Pois o mundo não é um
Não é meu ou seu
Não é do Cristo, do fariseu
Não é do hamster que crio
Que tenta tapar meu vazio
Mas ele só gira e escala
Minha felicidade, senzala
Esperando alforria
E não é a luz do dia
Que liberta, traz alívio
Outra rotina de ônibus
Estudos e leitura
E toda nossa lisura
Cai perante a intimidade
Mas sua identidade
É mais feia do que gostaria
Ainda assim, eu persisto
Esperando um milagre
Como o hamster cativo
Que almeja o fim da grade
Estou tão cansado
De não viver o que espero
O que quis, o que preciso
Mais ou menos, vou escapando
Seguindo e relutando
Pensando na espera
Que promete algo melhor
Mas me vem algo pior
Do que foi almejado
Meu compasso é pontuado
Eu cuspo verdades
Demagogias, vaidades
Mesmo sem querer
Erro por dizer
Se não ajo, sinto culpa
Agindo, machuco
Sofrendo, desculpo
Temos hamsters, temos tempo.
Não temos tempo, mas fingimos
Fugimos e oprimimos
Que fique tudo bem
E se houver um Deus por aí
Que ele ouça o que disse
Perdoe a tolice
Também dizendo: tudo bem
Abençoando, amém
P.S. Rebecca, that's for you. Rodents for the win, but i think that, sometimes, we are the ones inside the cages.
Como a vida mostra, há silêncios que valem por muitas palavras. Quanto a isto, contenho-me.
Agora, quanto à vida mais ou menos, isso já é outra questão. A maioria das pessoas passa a vida com o que dá, não com o que quer. Devemos aprender a jogar com as cartas que nos vêm, eu concordo, mas quase sempre podemos reembaralhar o maço de cartas se acharmos que a sequência está desfavorável demais.
E já que há zilhões de coisas nas quais eu não posso embaralhar as cartas, estou insistentemente tentando fazê-lo dentro das possibilidades: infelizmente, isto tem sido muito mais lento do que deveria.
Estou desesperadamente tentando me reaproximar de todos os sonhos que tive, de todos os desejos tomados pelas circunstâncias. Não posso afastar-me da realidade, porém. De qualquer maneira, não vou deixar-me entregar e vou lutar pelos meus sonhos, pelo que acredito ser certo, por um mundo um pouco melhor à partir de mim e por um mês contínuo, no mínimo, de felicidade.
Nem que eu tenha que tirar férias e sumir do mapa.
Agora, o inteligível vai misturar-se com o sensível.
Cages
Não sei o que você sabe
Nem a parte que me cabe
Na tua vida alentada
E minha busca desesperada
Por um mês inteiro de paz
Sem opressão ou guerra
Pois o meu dia se encerra
Em outra incerteza
Nós temos diferenças
E todas essas crenças
Não nos aproximam
Pensamos ser corretos
Mas estamos tão incertos
Quanto qualquer um
Pois o mundo não é um
Não é meu ou seu
Não é do Cristo, do fariseu
Não é do hamster que crio
Que tenta tapar meu vazio
Mas ele só gira e escala
Minha felicidade, senzala
Esperando alforria
E não é a luz do dia
Que liberta, traz alívio
Outra rotina de ônibus
Estudos e leitura
E toda nossa lisura
Cai perante a intimidade
Mas sua identidade
É mais feia do que gostaria
Ainda assim, eu persisto
Esperando um milagre
Como o hamster cativo
Que almeja o fim da grade
Estou tão cansado
De não viver o que espero
O que quis, o que preciso
Mais ou menos, vou escapando
Seguindo e relutando
Pensando na espera
Que promete algo melhor
Mas me vem algo pior
Do que foi almejado
Meu compasso é pontuado
Eu cuspo verdades
Demagogias, vaidades
Mesmo sem querer
Erro por dizer
Se não ajo, sinto culpa
Agindo, machuco
Sofrendo, desculpo
Temos hamsters, temos tempo.
Não temos tempo, mas fingimos
Fugimos e oprimimos
Que fique tudo bem
E se houver um Deus por aí
Que ele ouça o que disse
Perdoe a tolice
Também dizendo: tudo bem
Abençoando, amém
Hoje almocei dois Big Macs. Beijei-os, pois acho que será a última vez em que beijarei o afeto. Mas, hell, alguém se importa com o que comi no almoço?
P.S. Rebecca, that's for you. Rodents for the win, but i think that, sometimes, we are the ones inside the cages.
Orkut-Sensei?
"Furious activity is no substitute for understanding."
-Sorte do dia no Orkut.
Eu fico pensando...diga isso a meio-mundo. Não fossem imperativos morais que são quase impossíveis de se colocar em prática, Kant não seria um malhado. A diferença dele para Yeshua é que o Kant não prometeu salvação para ninguém, portanto não teve um desconto. Ainda assim, talvez precisemos de exemplos inacessíveis para guiar nossos esforços trôpegos e bêbados.
Talvez precisemos abandonar o que nos incomoda ou conviver em real paz e tranquilidade. Talvez não precisemos de porra nenhuma, mas agora não falo pelos outros e digo que preciso desse desabafo. Ela desconta em mim e eu, no blog. Será assim com um filho? Great.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
O Evangelho dos Malditos
"That's not real life, isso é o que você escolheu para si."
"You have heard that it was said, 'An eye for an eye, and a tooth for a tooth.' But I tell you, do not resist an evil person. If someone strikes you on the right cheek, turn to him the other also"
"But I tell you who hear me: Love your enemies, do good to those who hate you, bless those who curse you, pray for those who mistreat you. If someone strikes you on one cheek, turn to him the other also. If someone takes your cloak, do not stop him from taking your tunic. Give to everyone who asks you, and if anyone takes what belongs to you, do not demand it back. Do to others as you would have them do to you."
-João Martins
"You have heard that it was said, 'An eye for an eye, and a tooth for a tooth.' But I tell you, do not resist an evil person. If someone strikes you on the right cheek, turn to him the other also"
"But I tell you who hear me: Love your enemies, do good to those who hate you, bless those who curse you, pray for those who mistreat you. If someone strikes you on one cheek, turn to him the other also. If someone takes your cloak, do not stop him from taking your tunic. Give to everyone who asks you, and if anyone takes what belongs to you, do not demand it back. Do to others as you would have them do to you."
- Yeshua of Nazareth
E dizem os escritos há muito considerados apócrifos e malditos, perdidos por séculos nas areias de um deserto sem nome, que as palavras acima ditas eram as de maior apelo e peso de tudo que foi dito e feito durante o tempo daquele que disseram ser filhos dos céus. Disse até, certo filósofo, que este imperativo moral criou um peso terrível sobre a humanidade e serviu de anátema para as barbáries posteriores.
E aí eu penso: como é difícil querer transformar algo negativo em algo positivo. Se me calo, aquiesço. Se brigo, acrescento mais negatividade. Dou a outra face, raramente com sucesso, na espera de que este seja o tão famigerado e salvador meio-termo. Não sei, pouco sei nesta vida, por mais que meu discurso possa aparentar o exato contrário.
O que fazer, Marcelo? Desistir? É isso? Sucumbir ante as dificuldades, sair pela porta dos fundos? É essa a atitude que homem que propôs-se ser grande deve ter? Brigar, maltratar, usar da força para abrir os olhos dos outros? É assim? Não posso conquistar qualquer grandeza ao esmagar os que estão ao meu redor pois, se eu o fizesse, não precisaria crescer um centímetro para sentir-me grande.
Mas como pode ser difícil, como. Tantas vezes foi, mas hoje, pontualmente, não. Ainda assim, temo o não poder viver de exceções. Porém, como diria uma velha carta de Magic: the Gathering:
"A ira é fugaz, o remorso, eterno."
Eu não sinto remorso, pois não fui colérico. Ainda assim, não alcancei o objetivo. Dizem que o amor é paciente e esperançoso.
Eu penso...quão? Serei capaz de ter as propriedades que o amor possui?
Será que ela aspira tanto a grandeza que deixou de olhar para o chão e ver a beleza das flores, dos insetos passeando, das pequenas e irrelevantes coisas? Que grandeza será esta? Frágil, osteopórica, talvez?
Não sei, nada sei.
E aí eu penso: como é difícil querer transformar algo negativo em algo positivo. Se me calo, aquiesço. Se brigo, acrescento mais negatividade. Dou a outra face, raramente com sucesso, na espera de que este seja o tão famigerado e salvador meio-termo. Não sei, pouco sei nesta vida, por mais que meu discurso possa aparentar o exato contrário.
O que fazer, Marcelo? Desistir? É isso? Sucumbir ante as dificuldades, sair pela porta dos fundos? É essa a atitude que homem que propôs-se ser grande deve ter? Brigar, maltratar, usar da força para abrir os olhos dos outros? É assim? Não posso conquistar qualquer grandeza ao esmagar os que estão ao meu redor pois, se eu o fizesse, não precisaria crescer um centímetro para sentir-me grande.
Mas como pode ser difícil, como. Tantas vezes foi, mas hoje, pontualmente, não. Ainda assim, temo o não poder viver de exceções. Porém, como diria uma velha carta de Magic: the Gathering:
"A ira é fugaz, o remorso, eterno."
Eu não sinto remorso, pois não fui colérico. Ainda assim, não alcancei o objetivo. Dizem que o amor é paciente e esperançoso.
Eu penso...quão? Serei capaz de ter as propriedades que o amor possui?
Será que ela aspira tanto a grandeza que deixou de olhar para o chão e ver a beleza das flores, dos insetos passeando, das pequenas e irrelevantes coisas? Que grandeza será esta? Frágil, osteopórica, talvez?
Não sei, nada sei.
sábado, 11 de setembro de 2010
Man Overboard!
It seems now that i'm a man overboard, tough i'm not in a mission. Also, i cannot tell for sure if people will miss me around. I like that song.
A ansiedade está me jogando para os lados, como um boneco, desde as sete da manhã.
Pills, Clonazepam, looking around, testing muscles, twitching muscles, A.L.S., death, fear, doubt, boredom, things to do, texts to read, standing still to check balance, hands seeming to close unwillingly, panic, hyperhidrosis, calm down, breathe, be cool, talk with your buddies, regain control, be around, be tough, gather the stuff. Panic at the streets of London, aching heart, shaking muscles, fear.
Fucking addicted to medicines, 4 Non Blondes, Bigger, Better, Faster, More! 4 Non Blondes.
Bigger, Better, Faster, More!
Fear; Overboard, damn. Chest aches.
Bigger, Better, Faster, More!
A ansiedade está me jogando para os lados, como um boneco, desde as sete da manhã.
Pills, Clonazepam, looking around, testing muscles, twitching muscles, A.L.S., death, fear, doubt, boredom, things to do, texts to read, standing still to check balance, hands seeming to close unwillingly, panic, hyperhidrosis, calm down, breathe, be cool, talk with your buddies, regain control, be around, be tough, gather the stuff. Panic at the streets of London, aching heart, shaking muscles, fear.
Fucking addicted to medicines, 4 Non Blondes, Bigger, Better, Faster, More! 4 Non Blondes.
Bigger, Better, Faster, More!
Fear; Overboard, damn. Chest aches.
Bigger, Better, Faster, More!
Só os loucos? Nah.
Ontem, mais cedo, eu lia sobre campos de concentração e pensava na morte e na tristeza. Estava triste, queria colocar denovo meu capacete e afundar-me de vez na jaca da guerra jogando Day of Defeat.
Daí veio a festa em Roberto: amigos próximos, coisas que gosto, gente fina, família feliz pela comemoração de 10 anos de um namoro. E pensar que hoje em dia, há namoros + casamentos que não chegam a isso. Emanuel, o irmão de Roberto, namorou sua atual esposa por 16 longos anos: parece mentira, mas não é. Dois casos raríssimos e na mesma família! Não consigo tirar esses fatos da cabeça.
Eu, que os desejo tanto.
Daí, tendo rido, conversado e recebido uma boa dose de carinho, identificação, conforto e afeto, eu mandei o Day of Defeat para a puta que o pariu. Depois da festa, não queria mais matar alguém para também tentar assassinar minha dor.
Há duas horas escuto a mesma música do Charlie Brown Jr. E sim, ela fez muito sentido depois da festa:
"Um homem quando está em paz não quer guerra com ninguém."
- Só os Loucos Sabem
Espero poder continuar em paz por tempo o suficiente para não sentir novamente a necessidade de expiar meus pecados com uma Browning .30 ou uma MG 42 na mão.
E dizem-me que o mundo é assim mesmo e que não há esperança para mim. Fico pensando se devo seguir as palavras do Velho Testamento ou simplesmente concordar com o senso-comum e perder quaisquer esperanças, pular de vez no Abismo.
Não, eu nunca fui de gostar do senso comum.
Contra Spem, Spero.
Daí veio a festa em Roberto: amigos próximos, coisas que gosto, gente fina, família feliz pela comemoração de 10 anos de um namoro. E pensar que hoje em dia, há namoros + casamentos que não chegam a isso. Emanuel, o irmão de Roberto, namorou sua atual esposa por 16 longos anos: parece mentira, mas não é. Dois casos raríssimos e na mesma família! Não consigo tirar esses fatos da cabeça.
Eu, que os desejo tanto.
Daí, tendo rido, conversado e recebido uma boa dose de carinho, identificação, conforto e afeto, eu mandei o Day of Defeat para a puta que o pariu. Depois da festa, não queria mais matar alguém para também tentar assassinar minha dor.
Há duas horas escuto a mesma música do Charlie Brown Jr. E sim, ela fez muito sentido depois da festa:
"Um homem quando está em paz não quer guerra com ninguém."
- Só os Loucos Sabem
Espero poder continuar em paz por tempo o suficiente para não sentir novamente a necessidade de expiar meus pecados com uma Browning .30 ou uma MG 42 na mão.
E dizem-me que o mundo é assim mesmo e que não há esperança para mim. Fico pensando se devo seguir as palavras do Velho Testamento ou simplesmente concordar com o senso-comum e perder quaisquer esperanças, pular de vez no Abismo.
Não, eu nunca fui de gostar do senso comum.
Contra Spem, Spero.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Será?
Acabei de terminar a leitura de "A Lista de Schindler: a verdadeira história.", de Mieczylaw Pemper. Apesar de seu sofrimento, o capítulo final do livro mostra um homem lúcido, engajado, justo e esperançoso.
Ele, naturalmente, se indaga sobre a que ponto a humanidade é capaz de chegar durante momentos de crise. Segundo ele, fato com o qual concordo, conhece-se o ser pelo seu comportamento nos momentos difíceis e que as crises geralmente o caráter do homem.
Como também falado no livro, porém com origem em uma prisioneira de Plászow, os momentos de crise tornaram bons homens santos e maus, demônios. Em suma, a dificuldade acentua e revela os traços íntimos das pessoas.
Ao acabar de ler este livro, que por sinal é muito bom, fiquei pensando se realmente tenho problemas. Há pouco vi um homem a quem falta uma perna caminhar, junto à filha, do que presumo ter sido a volta da escola.
Também me perguntei se eu tenho problemas.
Não me parece justo comparar as dores, pois apenas os que as portam têm propriedade para falar sobre o quão incômodas são. Não sei se posso anular a importância que minhas questões têm para mim apenas pelo fato de outras pessoas terem e estarem passando por situações piores, segundo o senso comum.
Acho que o senso comum equipara, mas não encerra a questão. Tenho, portanto, direito de mensurar meus problemas como pequenos ou grandes, mesmo que eles sejam ínfimos se comparados a tantos outros.
Mesmo esclarecida a questão, não consigo deixar de me perguntar se realmente tenho problemas e se, de fato, eu deveria ter me sentido tão infeliz durante tanto tempo de minha vida que, por um acaso, não mostrou circunstâncias muito diferentes das que vivo hoje. Me parece, deste modo, que a máxima zoroastrista de que o inferno e o céu estão na mente do homem é perfeitamente aplicável. Os espíritas até copiaram a idéia, inclusive.
Enfim, vejo agora que o problema fui eu, mas não me arrependo de tê-lo sido. Era o que sentia e acreditava na ocasião: não teria tornado minha vida mais miserável pelo mero propósito de vivenciar a dor e nela refestelar-me. Se o fiz ou ainda o faço, é por fraca fibra mental e por algum tipo de masoquismo ou transtorno subsconscientes.
Por último, ao lembrar-me de ontem à noite, percebo quanta guerra e conflito a espécie humana pratica almejando a paz. Desde o bate-boca até a bomba nuclear, parece-me que estamos quase sempre querendo alcançar a paz através do conflito.
É como se quiséssemos chegar a um número positivo através da sequencial adição de números negativos. O resultado nunca será alcançado.
Ainda assim, eu, como demasiado humano, o repito. Repito as condutas que percebo serem inadequadas e guerreio em busca de paz.
Contra spem spero. Esperança contra esperança ou, adaptando-se, esperança aonde não há esperança.
Ele, naturalmente, se indaga sobre a que ponto a humanidade é capaz de chegar durante momentos de crise. Segundo ele, fato com o qual concordo, conhece-se o ser pelo seu comportamento nos momentos difíceis e que as crises geralmente o caráter do homem.
Como também falado no livro, porém com origem em uma prisioneira de Plászow, os momentos de crise tornaram bons homens santos e maus, demônios. Em suma, a dificuldade acentua e revela os traços íntimos das pessoas.
Ao acabar de ler este livro, que por sinal é muito bom, fiquei pensando se realmente tenho problemas. Há pouco vi um homem a quem falta uma perna caminhar, junto à filha, do que presumo ter sido a volta da escola.
Também me perguntei se eu tenho problemas.
Não me parece justo comparar as dores, pois apenas os que as portam têm propriedade para falar sobre o quão incômodas são. Não sei se posso anular a importância que minhas questões têm para mim apenas pelo fato de outras pessoas terem e estarem passando por situações piores, segundo o senso comum.
Acho que o senso comum equipara, mas não encerra a questão. Tenho, portanto, direito de mensurar meus problemas como pequenos ou grandes, mesmo que eles sejam ínfimos se comparados a tantos outros.
Mesmo esclarecida a questão, não consigo deixar de me perguntar se realmente tenho problemas e se, de fato, eu deveria ter me sentido tão infeliz durante tanto tempo de minha vida que, por um acaso, não mostrou circunstâncias muito diferentes das que vivo hoje. Me parece, deste modo, que a máxima zoroastrista de que o inferno e o céu estão na mente do homem é perfeitamente aplicável. Os espíritas até copiaram a idéia, inclusive.
Enfim, vejo agora que o problema fui eu, mas não me arrependo de tê-lo sido. Era o que sentia e acreditava na ocasião: não teria tornado minha vida mais miserável pelo mero propósito de vivenciar a dor e nela refestelar-me. Se o fiz ou ainda o faço, é por fraca fibra mental e por algum tipo de masoquismo ou transtorno subsconscientes.
Por último, ao lembrar-me de ontem à noite, percebo quanta guerra e conflito a espécie humana pratica almejando a paz. Desde o bate-boca até a bomba nuclear, parece-me que estamos quase sempre querendo alcançar a paz através do conflito.
É como se quiséssemos chegar a um número positivo através da sequencial adição de números negativos. O resultado nunca será alcançado.
Ainda assim, eu, como demasiado humano, o repito. Repito as condutas que percebo serem inadequadas e guerreio em busca de paz.
Contra spem spero. Esperança contra esperança ou, adaptando-se, esperança aonde não há esperança.
A Vida
Já dizia um velho ditado inglês..."A vida é uma professora severa, pois dá a prova primeiro e a aula depois."
Como não concordar?
Esse clima de tensão e competição que se formou não contribuiu em nada para aumentar o número de relacionamentos amorosos de boa qualidade.
- Flávio Gikovate
Bem, o velho Gikovate me parece certo...ao menos não estamos mais queimando pessoas em fogueiras...já é uma evolução para a nossa espécie imatura.
No mais, porque é que eu não consigo viver essa máxima influenciada pelo budismo?
"Tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor."
- Renato Manfredini Jr.
Como não concordar?
Esse clima de tensão e competição que se formou não contribuiu em nada para aumentar o número de relacionamentos amorosos de boa qualidade.
- Flávio Gikovate
Bem, o velho Gikovate me parece certo...ao menos não estamos mais queimando pessoas em fogueiras...já é uma evolução para a nossa espécie imatura.
No mais, porque é que eu não consigo viver essa máxima influenciada pelo budismo?
"Tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor."
- Renato Manfredini Jr.
Na Moral
Nunca pensei que o Cidade Negra fosse voltar, após quase dez anos, ao meu conjunto afetivo.
Na Moral
E ser um mortal
Não é mole, não
Desculpa, meu chapa
Mas é que eu preciso me desabafar.
Eu realmente precisava desabafar. Depois do vômito, vem o gosto ruim na boca. Ainda assim, a expulsão é necessária. A minha moral, o meu visual...lembro-me do U2 e sua música "Love is Blindness". Daí, vêm-me frases soltas:
Love is Blindess
Love is Sacrifice
Love is all this and many things more
And maybe, not a single word said above
Maybe, nothing can describe it
Maybe, love is nothing at all
By being nothing, it is whole and fulfilled
Na Moral
Há de se respeitar a minha moral
O meu visual
E tudo que eu digo
Pra alguém me escutar
Mesmo a tal cibernética
Ah, ah, ah, ah, e ser imortal
Não é natural
Eu não sou capacho
Eu sei os meus passos
Pra não vacilar
É que eu insisto transparecer
No que eu acredito,
Sem ressentimentos.
E há tanta gente pra convencer
E que sei que sentem
...
Estão precisando de amor
Estão precisando resolver
Estão precisando de carinho.
E ser um mortal
Não é mole, não
Desculpa, meu chapa
Mas é que eu preciso me desabafar.
Eu realmente precisava desabafar. Depois do vômito, vem o gosto ruim na boca. Ainda assim, a expulsão é necessária. A minha moral, o meu visual...lembro-me do U2 e sua música "Love is Blindness". Daí, vêm-me frases soltas:
Love is Blindess
Love is Sacrifice
Love is all this and many things more
And maybe, not a single word said above
Maybe, nothing can describe it
Maybe, love is nothing at all
By being nothing, it is whole and fulfilled
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Sunshine
Rogério Oliveira de Oliveira, também conhecido como Rogério Flausino, também sabia: um dia feliz às vezes é muito raro.
Poesias felizes também.
SingularidadePoesias felizes também.
Ainda estou descrente
Você me desarmou totalmente
Eu que pensava que te conhecia
Fiquei com cara de bobo ao ouvir
Uma frase que não sabia
E toda essa poesia
Não resume o meu espanto
Não sei se sorrio ou canto
A felicidade se esconde
Tanto, que às vezes nem sei onde
Mas aí ela aparece
E quando vem, é forte
Não se esquece
Ela se mostra em uma frase
No final de outra fase
Em uma camisa velha
Uma foto amarelada
Ela não tem idade
Habita todos os tempos
Mas é seleta nos momentos
Se faz presente quando quer
Hoje, na forma de mulher
Que você encarna
E quando quer, me desarma
Me deixando atordoado
Quase desconcertado
Para quem não tinha conserto
Já é um bom começo
Felicidade é assim
Insiste em ter fim
Para voltar sem avisar
E o tempo a disparar
Suas incógnitas precisas
Que me deixam drogado
Quase abestalhado
Pois já vivi muito
E ainda me surpreendo
Mas o que não entendo
É porque demorou tanto
Para te achar neste mundo
Procurei do raso ao profundo
E agora que nos achamos
Vamos viver o que há para nós
E, quando estivermos a sós
Não apague a luz
Pois seu sorriso me seduz
E tenho medo do escuro, também
Além disto, só o além
Que alguns nos prometeram
Como não vou pagar para ver
Vamos viver, vamos viver
domingo, 5 de setembro de 2010
Parabéns, Campeão!
Porque devo ser um sujeito bem-sucedido, não? Há um diabo de arma apontada para minha cabeça há muitos anos e, vez ou outra, ameaçam atirar.
A menos que eu seja bem-sucedido, claro.
Sucesso
Meu bem, me dei bem
Tenho um carro do ano
Muitos me conhecem
E também esquecem
Quando cometo um engano
Meu bem, consegui
Expiei o pecado
De ser outro coitado
Que não ligava
Nem era ligado
Hoje fui perdoado
Sigo o senso-comum
Tenho poder e status
Não sou mais um
Segui a cartilha
Saí da minha ilha
Sou bem sucedido
Lembro-me de quando era
Um fodido
Porque cantava, acreditava no amor
Não contava dinheiro, confiava demais
Dava terceiras chances, preferia a paz
Fazia coisas por fazer, filosofava
Não ligava para o que diziam
Nem sacaneava ninguém
E justamente por isso, não era alguém
Mas tudo mudou, olhe meu novo computador
Ele é moderno, assim como eu
As lojas vendem tudo que em mim morreu
Não existe nada que não seja comprável
Igualei as pessoas aos objetos, é perfeito!
Agora tudo é descartável
Meu bem, obrigado
Você me mostrou a luz
O sabor do dinheiro, o poder que seduz
Sou um homem mudado, obrigado
Até creio em Deus, agora
Ele abençoa meus atos e deu a Ferrari
Estacionada lá fora
Eu era ridículo
Tentava não julgar pelas roupas e acessórios
Mas hoje o conteúdo é só um par de brincos
Velhos e usados demais, eu quero conforto, idéia fixa e paz
Não quero nem preciso pensar por mim mesmo
Enquanto ganhar dinheiro e der satisfações
Ao que antes julgava serem ilusões
Estará tudo bem, meu bem
Muito obrigado, este mundo é fantástico
Espero que seu querer não seja como quase tudo:
De plástico
Sou um adulto, agora!
Minha infância morreu com o encanto
Escondido em seu canto
A menos que eu seja bem-sucedido, claro.
Sucesso
Meu bem, me dei bem
Tenho um carro do ano
Muitos me conhecem
E também esquecem
Quando cometo um engano
Meu bem, consegui
Expiei o pecado
De ser outro coitado
Que não ligava
Nem era ligado
Hoje fui perdoado
Sigo o senso-comum
Tenho poder e status
Não sou mais um
Segui a cartilha
Saí da minha ilha
Sou bem sucedido
Lembro-me de quando era
Um fodido
Porque cantava, acreditava no amor
Não contava dinheiro, confiava demais
Dava terceiras chances, preferia a paz
Fazia coisas por fazer, filosofava
Não ligava para o que diziam
Nem sacaneava ninguém
E justamente por isso, não era alguém
Mas tudo mudou, olhe meu novo computador
Ele é moderno, assim como eu
As lojas vendem tudo que em mim morreu
Não existe nada que não seja comprável
Igualei as pessoas aos objetos, é perfeito!
Agora tudo é descartável
Meu bem, obrigado
Você me mostrou a luz
O sabor do dinheiro, o poder que seduz
Sou um homem mudado, obrigado
Até creio em Deus, agora
Ele abençoa meus atos e deu a Ferrari
Estacionada lá fora
Eu era ridículo
Tentava não julgar pelas roupas e acessórios
Mas hoje o conteúdo é só um par de brincos
Velhos e usados demais, eu quero conforto, idéia fixa e paz
Não quero nem preciso pensar por mim mesmo
Enquanto ganhar dinheiro e der satisfações
Ao que antes julgava serem ilusões
Estará tudo bem, meu bem
Muito obrigado, este mundo é fantástico
Espero que seu querer não seja como quase tudo:
De plástico
Sou um adulto, agora!
Minha infância morreu com o encanto
Escondido em seu canto
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