Acabei de terminar a leitura de "A Lista de Schindler: a verdadeira história.", de Mieczylaw Pemper. Apesar de seu sofrimento, o capítulo final do livro mostra um homem lúcido, engajado, justo e esperançoso.
Ele, naturalmente, se indaga sobre a que ponto a humanidade é capaz de chegar durante momentos de crise. Segundo ele, fato com o qual concordo, conhece-se o ser pelo seu comportamento nos momentos difíceis e que as crises geralmente o caráter do homem.
Como também falado no livro, porém com origem em uma prisioneira de Plászow, os momentos de crise tornaram bons homens santos e maus, demônios. Em suma, a dificuldade acentua e revela os traços íntimos das pessoas.
Ao acabar de ler este livro, que por sinal é muito bom, fiquei pensando se realmente tenho problemas. Há pouco vi um homem a quem falta uma perna caminhar, junto à filha, do que presumo ter sido a volta da escola.
Também me perguntei se eu tenho problemas.
Não me parece justo comparar as dores, pois apenas os que as portam têm propriedade para falar sobre o quão incômodas são. Não sei se posso anular a importância que minhas questões têm para mim apenas pelo fato de outras pessoas terem e estarem passando por situações piores, segundo o senso comum.
Acho que o senso comum equipara, mas não encerra a questão. Tenho, portanto, direito de mensurar meus problemas como pequenos ou grandes, mesmo que eles sejam ínfimos se comparados a tantos outros.
Mesmo esclarecida a questão, não consigo deixar de me perguntar se realmente tenho problemas e se, de fato, eu deveria ter me sentido tão infeliz durante tanto tempo de minha vida que, por um acaso, não mostrou circunstâncias muito diferentes das que vivo hoje. Me parece, deste modo, que a máxima zoroastrista de que o inferno e o céu estão na mente do homem é perfeitamente aplicável. Os espíritas até copiaram a idéia, inclusive.
Enfim, vejo agora que o problema fui eu, mas não me arrependo de tê-lo sido. Era o que sentia e acreditava na ocasião: não teria tornado minha vida mais miserável pelo mero propósito de vivenciar a dor e nela refestelar-me. Se o fiz ou ainda o faço, é por fraca fibra mental e por algum tipo de masoquismo ou transtorno subsconscientes.
Por último, ao lembrar-me de ontem à noite, percebo quanta guerra e conflito a espécie humana pratica almejando a paz. Desde o bate-boca até a bomba nuclear, parece-me que estamos quase sempre querendo alcançar a paz através do conflito.
É como se quiséssemos chegar a um número positivo através da sequencial adição de números negativos. O resultado nunca será alcançado.
Ainda assim, eu, como demasiado humano, o repito. Repito as condutas que percebo serem inadequadas e guerreio em busca de paz.
Contra spem spero. Esperança contra esperança ou, adaptando-se, esperança aonde não há esperança.
Ele, naturalmente, se indaga sobre a que ponto a humanidade é capaz de chegar durante momentos de crise. Segundo ele, fato com o qual concordo, conhece-se o ser pelo seu comportamento nos momentos difíceis e que as crises geralmente o caráter do homem.
Como também falado no livro, porém com origem em uma prisioneira de Plászow, os momentos de crise tornaram bons homens santos e maus, demônios. Em suma, a dificuldade acentua e revela os traços íntimos das pessoas.
Ao acabar de ler este livro, que por sinal é muito bom, fiquei pensando se realmente tenho problemas. Há pouco vi um homem a quem falta uma perna caminhar, junto à filha, do que presumo ter sido a volta da escola.
Também me perguntei se eu tenho problemas.
Não me parece justo comparar as dores, pois apenas os que as portam têm propriedade para falar sobre o quão incômodas são. Não sei se posso anular a importância que minhas questões têm para mim apenas pelo fato de outras pessoas terem e estarem passando por situações piores, segundo o senso comum.
Acho que o senso comum equipara, mas não encerra a questão. Tenho, portanto, direito de mensurar meus problemas como pequenos ou grandes, mesmo que eles sejam ínfimos se comparados a tantos outros.
Mesmo esclarecida a questão, não consigo deixar de me perguntar se realmente tenho problemas e se, de fato, eu deveria ter me sentido tão infeliz durante tanto tempo de minha vida que, por um acaso, não mostrou circunstâncias muito diferentes das que vivo hoje. Me parece, deste modo, que a máxima zoroastrista de que o inferno e o céu estão na mente do homem é perfeitamente aplicável. Os espíritas até copiaram a idéia, inclusive.
Enfim, vejo agora que o problema fui eu, mas não me arrependo de tê-lo sido. Era o que sentia e acreditava na ocasião: não teria tornado minha vida mais miserável pelo mero propósito de vivenciar a dor e nela refestelar-me. Se o fiz ou ainda o faço, é por fraca fibra mental e por algum tipo de masoquismo ou transtorno subsconscientes.
Por último, ao lembrar-me de ontem à noite, percebo quanta guerra e conflito a espécie humana pratica almejando a paz. Desde o bate-boca até a bomba nuclear, parece-me que estamos quase sempre querendo alcançar a paz através do conflito.
É como se quiséssemos chegar a um número positivo através da sequencial adição de números negativos. O resultado nunca será alcançado.
Ainda assim, eu, como demasiado humano, o repito. Repito as condutas que percebo serem inadequadas e guerreio em busca de paz.
Contra spem spero. Esperança contra esperança ou, adaptando-se, esperança aonde não há esperança.
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