domingo, 28 de fevereiro de 2010

De que adianta?

De que adianta revelar segredos, falar dos ocasos e embaraços.

Falar sobre medos e ameaças, ferir intencionalmente ou por fraqueza.

Denegrir para se sobressair, mencionar uma fagulha de beleza.

Te observar, despercebido, e sofrer em uníssono.

Sentir dor e abatimento, mencionar a tristeza.

Partilhar dos segredos de minha natureza.

Fazer planos, ceder e exigir.

Ter medo do passado, chamar para sair.

Nada disso importa, quando não há a corroboração da vontade. Sem interesse, tudo cede ante à imperfeição do ser.

Tampouco valeria a pena falar das 4 poesias escritas, pois isso não tanto importa.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Fragmentos Evanescentes

"Everything that has a beginning has an end"
- The Matrix Revolutions

A poesia faz do homem um louco que não se expressa usando as mesmas palavras que os outros. Unidas, as palavras formam paredes de um castelo sólido mas, separadas, são componentes frequentemente desenhados da paisagem. Ainda assim, nem todas as pedras originalmente se encaixam: faz-se necessário burilá-las e procurar as que mais facilmente se encaixam.

Através deste ordenamento surge a arte, da arte surge o conforto, com o conforto passa-se o tempo. Do tempo, nada resta.
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Refração


Leve-me deste mundo imundo
Deixe-me sonhar
Viajar sem sair do lugar
Sonhar e me distanciar
Não ter que acreditar nem duvidar

Em você pensar e viver o milagre
De sua voz escutar
Mesmo sem estares lá, te presenciar

Quando acordar, ver o teto e perceber
Que nada que nunca se teve
Pode se perder
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Vai ver, Luana, não te perdi.
Acho que a gente é que é feliz.