sábado, 30 de outubro de 2010

Coincidências

Nada mais adequado a minha nova intenção... o curioso é ver isso na sorte do Orkut e a frase ser advinda de quem o é. Ah, essas coincidências.



Life is too short to be spent in nursing animosity or registering wrongs. (Charlotte Bronte)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

29

Eu poderia ter escrito por extenso ou me utilizado de qualquer língua a que a internet me desse acesso. Para reforçar meu posicionamento vindouro, nada melhor que os globalmente compreendidos números.

Daqui há um dia, haverá mais um dia de alguma coisa, fato que, de tão corriqueiro, já perde um pouco do brilho antes mesmo de chegar. Poderia ser dia do preá, dia de se comer bolo de banana, dia dos portadores da quase finada Síndrome de Asperger...

Só que se trata do dia Nacional da Psoríase.

Você sabe o que é Psoríase? Não? Então recorra ao Google, pois não estou aqui para dizer o que a Psoríase é ou não é, coisa que muitos podem fazer com bem mais propriedade e respaldo do que eu. Vim aqui falar disto, mas, em verdade, de outras coisas.

Sempre flertei ou vivi com a diferença. Antes de tudo, por agir e, em certo aspecto, ser diferente dos outros ao meu redor. Também, já que o tema começou com doenças, convivi desde cedo com portadores de doenças congênitas ou incuráveis e vivenciei, em parte, o sofrimento e a dor que a falta de perspectiva e, principalmente, o isolamento advindo do preconceito trazem.

Agora, sem pudor algum, utilizarei-me de um argumento de autoridade, por mais naturalmente falacioso que eles sejam: não é fácil ser o outro, o diferente, a porca em meio aos parafusos. Como diria uma passagem do recente The Expendables, "It ain't easy being green.".

E considerem que não tenho doença qualquer que me segregue dos demais. Em meu caso, é uma questão comportamental. Porém, insisto no ponto: será, senhores, que não conseguiremos vencer nossa imaturidade a tempo, antes que nosso senso de exclusão e exclusividade nos segregue a ponto de nos destruirmos?

É sabido que somos naturalmente segregários daqueles que nos são diferentes e gregários àqueles que nos são semelhantes. Isto era necessário em tempos de muito maiores dificuldades práticas, que nossa presente tecnologia tem dirimido. Ainda assim, somos saguis em um carrinho de rolimã que desce ladeira abaixo: temos tecnologia muito mais avançada e letal do que nossa maturidade neuro-emocional nos permite lidar com segurança e prudência e, não fosse isto pouco, nossa fisiologia é a mesma desde antes da última glaciação.

Isso explica, por exemplo, bombas atômicas e cerca de 50% dos cientistas do mundo trabalhando para a indústria de armas, ou seja, para nossa própria destruição e/ou coerção.

Tecnologia demais para maturidade de menos explica muitos paradoxos da nossa contemporaniedade, mas estou desviando-me do ponto que defendo. É iminente que abandonemos nosso preconceito sistêmico contra o diferente em prol da boa convivência em um mundo cada vez mais abarrotado de gente.

Não temos mais hoje a alegria de podermos ir a um local verdadeiramente vazio. Isto está ficando muito raro e, com os apartamentos e elevadores cheios de estranhos que, principalmente nas metrópoles, insistimos em chamar de vizinhos, o não exercício de nossa civilidade e senso de identificação nos afasta, quando não nos causa problemas.

Sejamos honestos: o ser humano é bem problemático. Quase tudo o que construímos de real valor para o engrandecimento de nossa civilização foi feito através de esforços coletivos. Salvo raras exceções, o ser humano mostra-se fraco em sua individualidade. Não que isso implique que não tenhamos demonstrações de fibra e força quando sozinhos, mas essa discussão fica para outro momento.

A regra é que sim, precisamos uns dos outros para nos mantermos emocionalmente estáveis, para construirmos nossas vidas e podermos mergulhar no vazio da morte com um mínimo de dignidade e senso de alguma satisfação em se ter vivido. Aos que por um acaso venham a contestar algo que me parece tão evidente, peço que me indiquem uma criança que tenha trocado as próprias fraldas.

É, gente. Nossos frágeis corpos compostos majoritariamente de tecidos moles não são grande coisa e nossas mentes... essas são tão incoerentes. Rima pobre, mas até que devida.

Dirão, então: "mas nós nos ajudamos! O ser humano é gregário quando convém e nisto mantém-se!"

Concordo. Advogo aqui, então, para que sejamos gregários quando não nos convém. Ou seja, para que não queiramos, desejemos, aplaudamos e louvemos apenas os que consideramos dignos por afinidade. O justo aquiesce os méritos de seu inimigo.

Mas o que diabos isso tudo tem a ver com o dia Nacional da Psoríase?

Porque, gente, toda vez que você faz uma cara de espanto ou desprezo para alguém que a possui, ou ainda para uma menina que resolveu pintar os cabelos de verde ou para um cara que já passou dos vinte e sete mas ainda usa bonés, vocês estão erguendo muros e derrubando pontes.

E este é o caminho mais curto para uma humanidade cada vez mais apática, isolada e indiferente. O conceito de "homem-massa" de Ortega y Gasset revela-se com assustadora pertinência. Não é um mundo assim que eu gostaria de deixar para meus filhos, isto é, se eu tiver a sorte de tê-los.

É da nossa incapacidade de conviver e, principalmente, aprender com o outro que surge o preconceito. Do preconceito, tantas posturas e sentimentos negativos brotam. Essa colheita maldita nos leva a guerras, grupos de extermínio, gulags, Guantanamos, Nanquins, Holocaustos e o que mais as nossas imaturas mentes possam inventar no que concerne o mal e a pusilanimidade.

Ah, mas eu só estou falando dos exageros que nós, homens comuns, não cometemos, não? Afinal, não somos assassinos.

E o que você acha, meu amigo, que está fazendo quando chama um homem maltrapilho e que dorme na rua de mendigo? Falta de adjetivo melhor ou preguiça de dizer "morador de rua"?

Ah, mas é só um mendigo.

Lembremos que existe um nominativo curto, gregário e bem adaptado a qualquer ser humano que você encontre e ache esquisito, sujo, ameaçador ou bizarro:

Pessoa.

Pois é, como você. Que tem problemas e alegrias, carrega o mesmo peso do estar vivo e consciente, sente as mesmas necessidades fisiológicas e vai acabar debaixo da terra também, se tiver sorte de conseguir pagar ou obter uma vaga em um cemitério público.

Perdemos tempo precioso buscando e nos focando no que temos de diferente dos outros, inutilizando esta alteridade ao invés de transformá-la em aprendizado sobre o novo. Sob a égide do que não é interessante, nos abstemos de desenvolver nossos conhecimentos e aprendermos muito, muito mais.

Ou será que diabos alguém aqui acha que aprendemos algo que com aquilo que nos é familiar e conhecido? Aprendemos graças ao desconhecimento, desconhecimento é sinônimo daquilo que ainda nos é obscuro e, sim, devemos nosso crescimento à alteridade!

Como dizem por aí, "a maioria das pessoas prefere ser destruída pelo elogio do que salva pela crítica." Sou testemunha do quão fortes e verdadeiras são essas palavras e minha namorada, que muito me critica e mostra coisas que eu sequer via em mim, lembrando que ela o faz com tanta propriedade justamente por ser diferente, é uma pessoa que me faz crescer absurdamente graças ao que falei acima: não há crescimento sem o desconhecido, sem alteridade.

Esta mesma alteridade que insistimos em afastar por medo.

Este medo que nos paralisa e permite que um filósofo contemporâneo possa nos chamar de gado pensante e estar certo.

Ah, mas eu sou um homem sábio, isento e nobre, estando aqui dando uma lição de moral nos poucos gatos-pingados que lêem este blog, não é?

Não, eu já fui um filho da puta que via o lixeiro do meu prédio pelo olho mágico e dizia para a Nísia: não é ninguém, é só o lixeiro.

Eu já fui um filho da puta que dispensou duas mulheres maravilhosas para mim só porque elas não tinham a quantidade de características desejáveis e semelhantes que eu achava necessárias; porque eu era idiota demais para não perceber o quanto poderia aprender com elas.

Foi bom passar uns anos namorando o maldito espelho.

Hoje, posso dizer que melhorei, mas ainda erro seriamente vez ou outra. Só que, chega de falar de mim, voltemos ao ponto:

Nossa dificuldade imanente em convivermos, e lembrem que convivência não é tolerância, com o diferente vai nos empurrar para dois caminhos prováveis: apatia geral ou conflito. Saberemos quando a população aumentar a ponto de simplesmente não pudermos sequer fingir que podemos nos ignorar.

Apesar de tanta negatividade, eu acredito na espécie. Quero crer que, um dia, as Ciências Sociais dirão que o conceito de "homem-invisível e/ou homem-função" não serão mais necessários, assim como espero que um dia o Ortega y Gasset não precise mais estar certo.

Portanto, finalizo estes já longos desabafo e teorização da seguinte maneira:

Se você não quer namorar alguém porque o acha esquisito demais para você sem sequer conhecê-lo.

Se você se revolta com a realidade porque o seu atual parceiro/a não é como você queria, e talvez por isso até fantasie com alguém mais adequado, quando não vai às vias-de-fato e o/a trai.

Se você se satisfaz em se referir a um desconhecido apenas pelo nome que designa sua função ou nicho social.

Se você torce o nariz porque o cara que passou ao seu lado fede ou se veste mal de acordo com o que você acha certo e bonito no mundo.

Se alguém discorda de você e por isso você o deseja queimando no inferno só pela discórdia, sem considerar a essência da opinião.

Se você prefere enfiar sua cabeça em um buraco, rodeando-se de gente que diz que és lindo/a e que está tudo perfeito contigo.

Se você acha que já há gente demais no mundo e que, por isso, um a menos não vai fazer diferença.

Não seja mais um filho da puta.

Este foi um texto de um ex-filho da puta lato sensu e que agora, a muito custo, faz o possível para ser um filho da puta strictu sensu. Eu me tornei uma pessoa menos odiosa e odiada, você também pode. Ambos temos 10 dedos, ambos sofremos e choramos, ambos sorrimos: ambos podemos pois ambos somos Homo sapiens sapiens.

Ninguém disse que será fácil, mas quando nascemos, já optamos invonluntariamente pelo desconforto. Agora, só voltando aos úteros de nossas mães, coisa que é estritamente impossível e, segundo a psicanálise, procuramos em nossas parcerias afetivas.

Vamos à luta, mas sem armas, hm?


P.S. Eu namoro uma pessoa que por um acaso tem psoríase e não tenho nenhuma vergonha dela. Não namoro uma psoriática, sequer hoje acho que namoro uma mulher ou uma natalense, nordestina ou indie. Repito: namoro uma pessoa, um ser humano. Ser este do qual me orgulho e cujos defeitos eu assumo.

Gosto muito da pessoa que ela é.

Quem sabe se enxergarmos mais pessoas e menos adjetivos, talvez vivamos em um lugar melhor.

domingo, 24 de outubro de 2010

Desastre em potencial

Salve Herbert.


Os Paralamas do Sucesso - 220 Desencapado


eu sei que já não importa
tudo que eu venha a me esquecer
se for por você, amor
fique certa
fiz, farei, faço o que puder fazer
220 desencapado
sei que sou um desastre em potencial
de mãos na cintura, você me pergunta
se vai ficar mais alto o meu baixo astral
sei que são motivos para ainda estar vivo
sonhar, seguir em busca da emoção
sem que eu sinta tanto desequilíbrio
e prossiga na paz, os dois pés no chão
no entanto, eu tento e já não me importa
a busca de outra forma de proceder
se for por você amor
fique certa
fiz, farei faço o que eu puder fazer
se você tá descoberta de corpo
te peço que ouça tudo que eu te digo
assim, dessa vez, não vou me fazer de morto
vou te dar o porto de um ombro amigo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Staring at the Sea

The total number of days between Tuesday, February 2nd, 2010 and Thursday, October 21st, 2010 is 261 days.




=*

=)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cowboy Bebop - Knocking on Heaven's Door

ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?ARE YOU LIVING IN THE REAL WORLD?

Marionete

Hoje, caminhava e encontrei um pedaço de papel no chão, assinado por um tal de Severino. O cara deve ser maluco, pois o texto é curto, truncado e fala sobre uma viagem à Lua que não saiu da cabeça dele. Louco ou não, proporcionou momentos engraçados.

A tarde foi boa: as pessoas passavam e aquiesciam meus cabelos verdes. Algumas espantavam-se, outras sorriam em aprovação. O fato, porém, é que a grande vantagem de se ter cabelos verdes e olhos azuis é que eu me tornei objeto de adoração sexual por, digamos, 80% das mulheres com as quais esbarro.

Ah, eu não me apresentei: meu nome é Orwin Gladefall e, devo confessar, pertenço a um plano de realidade alternativo. Lá de onde venho, as pessoas chamam a região aonde meu povo mora de Naroom. Para ser mais didático, o nome de todo o meu mundo originário é estranho: Terras Lunares.

Achei engraçada essa oportuna e inadvertida menção à Lua no manuscrito do tal Severino. Curioso... a Lua da qual venho é muito mais bonita do que a daqui: enquanto as Terras da Lua são cheias de vida, a Lua deste planeta chamado Terra é estéril e, não fosse pelo brilho do Sol local, nem luminosidade teria.

Ah, convenhamos: eu gosto de quando ela está cheia, apesar de tudo. Por sinal, hoje está rechonchuda e cheia, ou ao menos aparenta.

No mais, tenho pena do corpo que ocupo: ele pensa ter vida própria, outorga-se um nome e até mesmo fala com orgulho do nome dos seus ancestrais. Ok, nós fazemos isso nas Terras da Lua também, mas não há nenhuma consciência etérea ocupando nossos corpos enquanto nós bradamos nossa liberdade!

Que tolo é o Marcelo, que pensa ser livre e, quando vislumbra os grilhões, se afoga em um prazer qualquer.

Meu nome é Orwin Gladefall, Marcelo Melo nada sabe. Ele é meu, eu existo. Existir é pensar, ele acredita que pensa. Minha missão aqui logo acabará e, ao voltar para Naroom, ele recuperará a própria autonomia.

Não que ele tenha feito grandes coisas com ela, but anyway....estou até escrevendo no blog dele, assim ficará registrada minha passagem :D


Abraços a todos que acreditam que são,
Orwin

Half-moon, Half-man.

The Everlasting Gaze - The Smashing Pumpkins


Você já foi à Lua? Eu já fui, e quase que me lasco na reentrada: é um chacoalhar que só quem já foi posto dentro de um liquidificador em movimento pode atestar. Você já foi posto em um liquidificador? Eu já: não foi bonito.

Ainda estou esperando minha cabeça parar de rodar, por sinal.

Meu nome é Severino e minha severidade não nasceu comigo: o cartório, criatura sem rosto que sabe antes de você qual será seu nome e o registra em um papel, peso leve que carregarás pela vida inteira, poderia ter batizado-me de Florisbelo e, ainda assim, eu seria Severino.

Porque, minha gente, quem nos dá Severidade é a vida e esta, pequenos sonhadores, não fecha para o almoço. Mas, lembremos que, mesmo nem tudo ser flores, o mesmo aplica-se aos horrores.

E eu, para não perder o fio da meada, falava da Lua e dos liquidificadores rodopiantes. Disse que meu nome é Severino e que o senhor cartório é quem escolhe mesmo o nome das pessoas: quem duvidar, tente registrar seu filho como Esprafegundo e verá.

Quando eu resolvi viajar à Lua, lembro-me bem, o fiz por tédio. Conhecer a Lua eu meio que já conhecia, sabe? Aquela sensação de ser cinco e ao mesmo tempo ser apenas um, enganando os bobos que te vêem de fora e acham que aquela variação é outra-coisa que não o brilho do sol.

Quando viajei à Lua, lembro-me da engenhoca que construí com fragmentos de sonhos que então já eram perdidos. Não bastasse o improviso, aquele negócio balançava demais. Tinha a forma de uma máquina remendada saída de um filme do início século passado. Quanto mais eu tentava imaginá-la, mais estranha se constituía. Fico pensando se o problema estava na escolha de fragmentos errados ou se, no fundo, o erro estava em mim e em todos os meus devaneios agridocemente imparciais.

Recordo-me que, pior que o decolar e seu espetáculo de chamas e ruptura, foi a reentrada. Novamente, não canso de repetir-me: o voltar à Terra pareceu-me mais penoso que qualquer turbulência.

Ah, aonde estava, mesmo? Para que estou escrevendo isso?

Sim, sim. A Lua...areia branca, limpa e fina. O Sol, onipotente, espelhando minha imagem grão-grão. Do resto, nada sei. Pouco sei, mas voltei...

Lembro-me do brilho solar e da areia branca e fina...

Mas porque estou escrevendo isto, mesmo?


-Retirado do diário de Severino, o profeta louco.
Circa 1830







sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Filhos de Gaia

Sparks, essa é para você.


Garou


Sou contraditório
Sou repositório de bem e mal
Não sou neo-liberal
Nem eco-chato-ambiental
Não gosto de carnaval
Acho o mundo desigual
Falo demais sobre mim
Inclusive nesta poesia
Também já tive afasia
Enquanto não vem a neoplasia
Escrevo palavras rimadas
Nem sempre centradas
Eu sei

Nunca me prometeram ser rei
Ao contrário de você
Mas, existe um quê de nobreza
Quando estou ao teu lado
E a imensa, profunda torpeza
Deste pequeno mundo-lago
Seca, tornando-se sal
Antes que chegue o Natal
Quero que saibas que há alegria
Nesta relação complicada
E desigual

Pois o mundo é afasia
E também serenidade
Basta olhar nos teus olhos
Em um dia sem tempestade
Por isso, também és contradição
Este é o cerne de nossa condição
Metamorfos de uma guerra perdida
Contra o firmamento
Buscando felicidade
E fugindo do sofrimento

sábado, 2 de outubro de 2010

150

- Dona Tereza!
- Ney Lopes, meu cliente antigo, como vai?
- Tudo bem; como vai seu Paiva?
- Morreu...
- Ah...Dona Tereza: vote no meu filho?
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E ainda ganhou 150 reais nesta brincadeira. Vão....ah, esquece.