domingo, 30 de novembro de 2008

Entregue

Às vezes....


Eu imagino que este mundo esteja entregue ao Mal, a Satanás, aos espectros, espíritos negativos ou qualquer coisa que represente o que não preste em cada cultura ou mitologia. Eu não gosto disso, também não gosto do que vejo. Não gosto de não saber se o que vejo é o que há ou se é o que quero ver.

É um mundo imperfeito e descrever as imperfeições é redundante visto que cada um de vocês pode vê-las, segundo sua ótica e suas limitações. O mesmo se aplica para as coisas boas.

Qual é a questão? 

A questão é a...bem, imperfeição. Esmiunçar todas as suas derivações, cada bolada na cabeça, troco errado, esgoto a céu aberto ou juro extorsivo não é necessário, já sabemos. Imperfeição é algo bonito, até desejável, por sua idéia de equilíbrio. Ainda assim, todo mundo adora-a quando aplicada ao discurso.

Quando é nosso pé pisando no prego, a coisa muda um pouco. Meu pé está pisando em vários, apesar das coisas maravilhosas que me acontecem. Há uma certa sensação de impotência, aliás, deveria eu agir, se pudesse? O mal não é desejável por promover certo equilíbrio e para que possamos, ao menos, saber o que é bom?

Não sei, sei de tão pouco....

Racionalizações à parte, acredito no que é bom e detesto ver minha gente infeliz, pois não sou brasileiro, branco ou ainda classe média. Sou quase tudo que o ser humano já produziu neste mundo, tudo isto também me é. Justamente por isso, sou grão de areia e pleno, ao mesmo tempo.

Humano.

Em toda e qualquer situação, eu também quero tudo "para cima".


sábado, 22 de novembro de 2008

Simples

Simples e eficaz. Obrigado, Dalila.
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Mestre, como faço para me tornar um sábio?

- Boas escolhas.

- Mas como fazer boas escolhas?

- Experiência – diz o mestre.

- E como adquirir experiência, mestre?

- Más escolhas.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Números

Essa veio há trinta segundos atrás.
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Números


Eu sou um número no teu celular
Um entre muitos para se discar
E o que você vai falar
Quando não estiver por aqui para te ligar?

Trabalho, CPF, RG
O que isso singnifica para você
São números, eu não me espanto
A distância entre o número e o nome
Não existe quando canto




segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Bagunça!

Virou Bagunça! Agora, só falta você escrever seu endereço para ganhar um brinde gratuitamente pelo correio! Esse blog ainda vira o programa do Sílvio Santos.

Mas hein? É para baixar? E o que é?

Uma palavra falada, para os preguiçosos, vale mais que um texto escrito.

Só digo isso.


http://w18.easy-share.com/1702466104.html

O Poder do Mito

À vocês que ainda lêem e acompanham e que não sei quem são:

Entrei em contato com uma entrevista bem interessante sobre um livro também bem interessante. Caso vocês tenham disponibilidade, peço que leiam. Espero que a experiência seja enriquecedora. Colarei alguns trechos que acho interessantes, a medida que estou lendo-a neste momento.
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"As crianças não são adoráveis porque estão caindo a todo instante e porque têm o corpo pequeno e a cabeça muito grande? Walt Disney não sabia tudo a respeito quando concebeu os sete anões? E esses divertidos cachorrinhos que as pessoas têm – eles não são adoráveis por serem tão imperfeitos?"

"O umbilical, a humanidade, aquilo que se faz humano e não sobrenatural e imortal – isso é adorável. É por essa razão que algumas pessoas têm dificuldade em amar a Deus; nele não há imperfeição alguma. Você pode sentir reverência, mas isso não é amor. É o Cristo na cruz que desperta nosso amor"

"Através da leitura de seus livros – The Masks of God e The Hero with a Thousand Faces – vim a compreender que aquilo que os seres humanos têm em comum se revela nos mitos. Mitos são histórias de nossa busca da verdade, de sentido, de significação, através dos tempos. Todos nós precisamos contar nossa história, compreender nossa história. Todos nós precisamos compreender a morte e enfrentar a morte, e todos nós precisamos de ajuda em nossa passagem do nascimento à vida e depois à morte. Precisamos que a vida tenha significação, precisamos tocar o eterno, compreender o misterioso, descobrir o que somos"

"Quando pessoas se casam porque pensam que se trata de um caso amoroso duradouro, divorciam se logo, porque todos os casos de amor terminam em decepção."

"Eu diria que se o casamento não é de magna prioridade em suas vidas, vocês não estão casados. O casamento significa os dois que são um, os dois que se tornam uma só carne. Se o casamento dura o suficiente, e se você se amolda constantemente a ele, em vez de ceder a caprichos pessoais, você chega a se dar conta de que isso é verdade – os dois realmente são um"

"Sobretudo espiritualmente. O biológico é a distração que pode conduzi-lo à falsa identificação"

"Casamento é uma relação. Quando vocês se sacrificam no casamento, o sacrifício não é feito em nome de um ou de outro, mas em nome da unidade na relação. A imagem chinesa do Tão, com a treva e a luz interagindo, mostra a relação entre yang e yin, masculino e feminino, e é isso que vem a ser o casamento. É nisso que vocês se tornam quando se casam. Você deixa de ser aquele um, solitário; sua identidade passa a estar na relação. O casamento não é um simples caso de amor, é uma provação, e a provação é o sacrifício do ego em benefício da relação por meio da qual dois se tornam um."

"É primordialmente um exercício espiritual, e a sociedade deveria nos ajudar a tomar consciência disso. O homem não devia estar a serviço da sociedade, esta sim é que deveria estar a serviço do homem. Quando o homem está a serviço da sociedade, você tem um Estado monstruoso, e é exatamente isso o que ameaça o mundo, neste momento"

"As virtudes do passado são os vícios de hoje. E muito do que se julgava serem os vícios do passado são as necessidades de hoje. A ordem moral tem de se harmonizar com as necessidades morais da vida real, no tempo, aqui e agora. Eis aí o que não estamos fazendo."

"...Eisenhower entrou numa sala repleta de computadores e propôs às máquinas a seguinte questão: “Existe um Deus?” Todas começam a funcionar, luzes se acendem, carretéis giram e após algum tempo uma voz diz: “Agora existe”."

"o matrimônio é o reconhecimento de uma identidade espiritual. Se levamos uma vida adequada, se a nossa mente manifesta as qualidades certas em relação à pessoa do sexo oposto, encontramos nossa contraparte masculina ou feminina adequada. Mas se nos deixarmos distrair por certos interesses sensuais, iremos desposar a pessoa errada. Desposando a pessoa certa, reconstruímos a imagem do Deus encarnado, e isso é que é o casamento"

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http://www.culturabrasil.pro.br/campbell.htm

Está aí o link para a entrevista.  Comentarei um trecho, em específico.

"Os mitos de participação e amor dizem respeito apenas aos do grupo, os de fora são totalmente outros. Esse é o sentido da palavra “gentio” – a pessoa que não é da mesma espécie".

Essa frase parece ser sobretudo verdadeira nas três grandes religiões do Oriente Médio e suas derivações: Cristianismo (Catolicismo, Protestantismo, Reformismo, ismos, ismos), Islamismo e Judaísmo. 

Existe uma porra de dificuldade terrível em aceitar que todos os caminhos que partilham de bom senso levam à mesma realidade ou então a realidades bem parecidas. Essas três religiões falam sobre o mesmo Deus e, ainda assim, se explodem desde tempos ancestrais. É a necessidade de provar que o seu jeito é o certo, que o seu jeito é melhor, que a sua maneira de professar a fé é mais certa, que os seus rituais são aplicados apenas aos seus, que os outros, ou gentios, não são dignos há não ser que se convertam...enfim.

Eu tenho uma professora de canto que é super mente fechada em relação a isso, chegando a beirar a arrogância quando encontra criatura viva que não seja católica apostólica romana e que afirme professar fé e religião. Ela representa essa intolerância, que no caso dela felizmente não vira física, que nos segregou durante muito tempo. Aquela atitude de "Eu respeito sua diferença porque não tem outro jeito" ao invés de "eu respeito sua diferença porque isso parece ser atitude de bom tom e harmoniosa".

Claro, estou criando vários valores em cima do texto o que demonstra que pendo para o lado não segregativo da questão. Isso é um processo de amadurecimento que não estará completo enquanto eu não parar de rejeitar os que segregam, já que, o fazendo, estou também segregando.

Há um tempo eu andei pensando mal, e por vezes ainda penso, de uma pessoa. Daí veio a velha vida e me mostrou na prática o que ela passou. Legal, adoro quando a vida ensina. Geralmente, crescemos. O problema é quando ela ensina três vezes e você precisa que Deus venha na sua cabeça dizer algo. Quase que um último recurso! :P

E, finalmente: é imperativo que eu pare de me ver como resposta para alguém. Fico até com medo de me ver como um caminho, ao menos parte dele. Bem, acho que isso já é suficiente, ser parte do caminho pessoal de alguém...eu não sou nada, tãopouco estepe de carro. Eu sou um caminho, não O caminho nem a totalidade deste caminho que represento, sou uma avenida em uma das muitas estradas, sou delimitado por duas outras ruas e tenho percurso definido. 

Memories

Maldito de quem rasgou a foto! Se brincar, fui até eu e nem lembro.
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Depois do que eu ando lendo, pelo menos você não vai estar por aqui quando seja lá o que acontecer venha a tomar forma. Se não acontecer, ótimo, prefiro ser chamado de louco, paranóico e neurótico do que experimentar o que pode vir a se passar.

Você escapou dessa, hein pai? Sortudo? Nem sei, morrer não deve ser exatamente legal.

Mas você também não viu o Bush sair...tãopouco as Olimpíadas ou a série Battlefield. Você também perdeu um bocado de coisas, cara.

Só sei que pouco sei.

Enquanto isso, eu sigo cuidando da minha vida :)
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domingo, 16 de novembro de 2008

Ultimato Brilhante


Porque eu jogo Magic: the Gathering.


Ultimato Brilhante

2 Mana Verdes
3 Mana Brancos 
2 Mana Azuis

Feitiço

Escolha cinco permanentes que você controla. Para cada permanente escolhida, procure em seu grimório por uma carta de mesmo nome que esta permanente e coloque-a em jogo virada. Após isso, embaralhe o seu grimório.

(Agora vem a parte legal)

"Seja digno de uma bênção e muitas outras virão"




Coincidência? Claro!

Realmente, a vida nos mostra coisas interessantíssimas. Eu não acredito mais em acaso mas, caso ainda acreditasse, teria achado este momento muito especial.

E lá vai que Marcelo muda o nick para "Rattle and Hum" hoje pela manhã. E lá vai Marmelo trabalhar. Quando Martelo entrou na mesma fila do caixa nas Americanas, olhou para o mesmo local em que, ontem, não havia nada de curioso. Havia quase 15 coisas muito curiosas e especiais.

Claro, para vocês não deve significar porra nenhuma, mas nós é quem damos o simbolismo, então.

Poderia ter sido colocado em qualquer outro dia. Eu poderia ter mudado o nick em qualquer outro dia. Não, tudo havia de ser hoje. Fantástico.





sábado, 15 de novembro de 2008

Análise

Sobre isso, pensei ontem.

Sempre costumei agregar mais simbolismo para as coisas pouco possíveis. Ontem, deduzia: a vida é mesmo um milagre. Tantas, tantas possibilidades para que fôssemos qualquer outro, de qualquer jeito e em qualquer lugar do planeta Terra, até mesmo em outros planetas. Mas não, somos quem somos nestes exatos momento e local.

Isso pode até não significar muito visto que, caso não o fôssemos, o seríamos em outras circunstâncias de corpo, tempo  e espaço. Ou seja: caso eu não fosse Marcelo, eu poderia ser Pierre na França de 1812. 

O milagre, para mim, está nos encontros e fatos aparentemente pouco prováveis. Além de todas as incertezas que confluíram para quem fôssemos quem fôssemos, às vezes, há a confluência para que nos encontremos de maneiras pouco possíveis, sob uma ótica dos que acreditam no acaso.

Vocês já pararam para pensar no milagre que será quando vocês esbarrarem com alguém importante na rua, da próxima vez em que acontecer? Algo assim, pouco provável?

Você é o milagre
Eu também
O "nós" que foi criado à partir do nosso esbarrão na estrada da vida também o é

A vida é mesmo algo a ser preservado, no?

P.S. Lembrando que eu poderia ter nascido um hamster ou tatu. Tatu-bola, daqueles que poderia sair girando para andar por aí...mentira, Tatus-bola não são como o Sonic.
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Fugindo um pouco da temática, foi um início de manhã bem difícil. Início difícil...legal, mas não quero fazer rima alguma. Daí, depois das constatações, fui dormir novamente. Acordei com minha mãe me dizendo que havia um misto-quente e perguntando se eu queria algo para beber.

O cheiro do café e do sanduíche me lembraram novamente do óbvio: atos são muito mais importantes que palavras. Palavras sem atos causam desconfiança, dúvida. Atos sem palavras mostram, eles são auto-explicativos.

A solução está no atos.

O Dia

Hoje o dia começou ruim. Um sonho péssimo me jogou no mundo para que eu descobrisse que, após umas oito horas, não havia sequer letra escrita, não havia resposta ou despedida. Sequer letra.

Estou vivo, estou bem. Mais um dia de trabalho.

Um dia a menos para a chegada do prazo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Noite

Eu falo para ouvidos surdos de um blog.

O problema é que, vez ou outra, eles respondem.

Curioso, quase paradoxal.

Cansado, vou dormir. 

E lá vai mais...

U2. 


E pensar que, quando aconteceu, eu tinha três anos! Ainda estava na fase da tal da calça enxuta, seja lá o que isso for. Sim, povo do meu Brasil: em tempos imemoriais, eu já usei fraudas e roupas pequenas. O vídeo disso, o que sobrou, pouca gente viu.

Bem, voltando a o U2.....

U2  - Ainda não encontrei o que procuro


Eu escalei as mais altas montanhas
Eu corri através dos campos
Apenas para estar com você
Apenas para estar com você

Eu corri, eu rastejei,
Eu escalei estes muros da cidade,
Apenas para estar com você
Apenas para estar com você

Mas eu ainda não achei 
o que estou procurando
Mas eu ainda não achei 
o que estou procurando

Eu beijei lábios de mel
Senti o calor nas pontas de seus dedos,
que queimavam como fogo
este desejo ardente.
Eu falei na língua dos anjos
e segurei na mão do demônio.
Ela me esquentava durante a noite.
Eu estava frio como uma pedra.

Mas eu ainda não achei 
o que estou procurando
Mas eu ainda não achei 
o que estou procurando

Eu acredito na vinda do Reino
E então todas as cores sangrarão em uma só.
Mas, sim, eu continuo correndo.
Você quebrou as algemas,
Livrou-se das correntes,
Carregou a cruz
e a minha vergonha.
Você sabe que eu acredito nisso.

Mas eu ainda não achei 
o que estou procurando
Mas eu ainda não achei 
o que estou procurando



U2 - Sometimes you can't make it your own

E viva o U2 por me representar!
Pai, câmbio, você pode ler isso enquanto vou trabalhar?
Pai, câmbio? Será que aí pega sinal de celular?
Pai?
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U2 - As Vezes Você Não Pode Conseguir Sozinho


Teimoso, você acha que entende das coisas
Você diz pra mim e pra qualquer um
Que você é duro o suficiente

Você não tem que propor uma briga
Você não tem que estar sempre certo
Me deixe levar alguns socos
Por você esta noite

Me ouça agora
Preciso que você saiba
Você não tem que suportar isso sozinho

E é você quando olho no espelho
E é você quando não atendo o telefone
As vezes você não pode fazer isso sozinho

Nós brigamos o tempo todo
Eu e você... Está tudo bem
Nós somos a mesma alma
Não preciso... Não preciso ouvir você dizer
Que se não fossemos tão parecidos
Você gostaria de mim um pouco mais

Me ouça agora
Preciso que você saiba
Você não tem que suportar isso sozinho

E é você quando olho no espelho
E é você quando não atendo o telefone
As vezes você não pode fazer isso sozinho

Sei que não conversamos
Já estou cheio de tudo isso
Você pode me ouvir quando eu
Canto, você é a razão de eu cantar
Você é o motivo pela Ópera estar em mim

Onde estamos agora?
Eu tenho que te deixar saber
Uma casa ainda não faz um lar
Não me deixe aqui sozinho

E é você quando olho no espelho
E é você que faz isso ser difícil de passar
As vezes você não pode fazer isso sozinho
As vezes você não pode fazer isso
O melhor que você pode fazer é fingir
As vezes você não pode fazer isso sozinho





Foi trabalhar!

Marcelo Marmelo Martelo foi trabalhar
Porque ele têm contas a pagar
E sabe que esse mês vão atrasar
Porque o dinheiro não vai dar

Mas Marmelo também vai se ocupar
Para que ao sonho ele possa chegar
Já que nessa vida você só não paga para falar
E com a crise, o preço da prata vai disparar!

Cuidado!
Calma, Marmelo, calma!

A Lua



A lua não é de prata, não é de queijo, não é um cheetos, não é de algodão.

Ainda mais cheia, como hoje. Hoje a lua é de guerra, já diriam os lobisomens de plantão.

Eu sou um deles, sempre fui, desde que tive que escolher entre Lobisomem: o Apocalipse e Vampiro: a Máscara.

Lobisomem desde pré-adolescente.

E, quando o momento da constância do RPG passou, eu demorei para abandonar a guerra. 

Por vezes, ela volta.

Minha "guerra", minha disputa, é como a disputa do guerreiro Arjuna. Ele praticamente foi obrigado, compelido, a lutar contra os que amava e fazer o que não concordava. Felizmente, não vejo a necessidade de lutar, lutar para provar, lutar para agradar, para ser amado. Porém, a disputa é contra os que amo e, em outra instância, adoro. Como disputar contra eles, para que? O que ganho provando? Posse material, sexual, vantagens de que tipo? Temporárias? Orgasmos são ótimos, mas duram poucos segundos.

Creio que exista tanto um fator de equilíbrio quando uma lição em tal duração.

Porque, como eu disse para você, Lucas, o amor salvará o mundo. Não se chega à ele através da medição de valores, forças ou máximas.

Não sou Arjuna, tãopouco sou mais um Presa de Prata ou ainda Filho de Gaia, não pertenço mais a estas tribos de lobisomens, nem jogo mais RPG por falta de interesse. Apesar disso, ele sou eu e eu sou ele. Minha formação, ao menos em termos de aceitação do diferente, veio dele.

A lua agora não é mais de guerra, é apenas linda, serena.

Redonda como o ventre de uma grávida, lua prenha de fúria...não, isso foi há muitos anos! 


U2 - Javé


U2 - Yahweh

"Pegue esse coração, não o deixe quebrar"

"Pegue essa mão, não faça dela um punho"
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U2 - Javé


Pegue esses sapatos
Fazendo toc-toc por alguns becos-sem-saída
Pegue esses sapatos
E os faça servir
Pegue essa camisa
Lixo de poliéster branco feita em lugar nenhum
Pegue essa camisa
E a faça limpa
Pegue essa alma
Presa num pouco de pele e ossos
Pegue essa alma
E a faça cantar

Javé, Javé
Sempre há dor antes de uma criança nascer
Javé, Javé
Ainda estou esperando pelo amanhecer

Pegue essas mãos
Ensine-as o que carregar
Pegue essas mãos
Não faça um punho
Pegue essa boca
Tão rápida para criticar
Pegue essa boca
Dê-lhe um beijo

Javé, Javé
Sempre há dor antes de uma criança nascer
Javé, Javé
Ainda estou esperando pelo amanhecer

Ainda esperando pelo amanhecer, o sol está nascendo
O sol está nascendo no oceano
Esse amor é como uma gota no oceano
Esse amor é como uma gota no oceano

Javé, Javé
Sempre há dor antes de uma criança nascer
Javé, Javé
Porque a escuridão antes do amanhecer?

Pegue essa cidade
Uma cidade deve brilhar numa colina
Pegue essa cidade
Se ela for seu destino
O que nenhum homem pode ter, nenhum homem pode pegar
Pegue este coração
Pegue este coração
Pegue este coração
E o faça partir

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A Máquina







A Máquina


Máquina orgânica, existe dentro de nós
Com sua lente, fala e registra companhia e solidão
Um mundo capturado dentro de sua divisão
A máquina eterniza mesmo quando sós

A máquina precisa, mostra data e hora
De tempos de além-mar, tempos que não o agora
Tempos maravilhosos, que voltarão sem demora
Mas não é momento, com o tempo virá a melhora

A máquina traz augúrios do que já foi e virá
E nos faz até sentir como Jean-Luc Godard
Muito obrigado, Máquina, você me fez lembrar
De quem está longe, que está do lado de lá
Mas ainda vai estar
Perto

A Máquina me fez um ser mais feliz  e esperto
Registrando o abstrato e concreto
A Máquina e eu, eu e a Máquina
Sim


Vedas

Grande guerreiro, muitas vezes,
quando alguma aflição se manifesta lentamente em sua vida,
você não age.
Por ser algo percebido como não contundente,
você admite que aquela aflição não passe de um passageiro desconforto e que,
quando desejar,
aí sim você intervirá e resolverá o que preciso for...

Muitas vezes,
agir pelo desejo encerra uma perspectiva egóica e inócua.
Agir, pela necessidade,
sugere uma visão funcional...
Deixe-me dizer algo que aprendi nos campos de batalha:
As lutas são legítimas quando necessárias.
As lutas são inconseqüentes quando desejadas... 
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Estou incerto quanto a fonte mas creio que trata-se de um trecho do Baghavad Gita, texto que se apresenta como parte de uma obra maior, um dos dois grandes épicos da Índia Antiga: o Mahabharata.
Assim, esse trecho seria, hipotéticamente, palavras de Krishna a Arjuna, antes do início do combate que o último travaria contra seus queridos, devido ao feudo familiar que surgia então.

Arjuna era um guerreiro que, pressionado por ter que enfrentar amigos, mestres e parentes de próximo grau, recusava-se a enfrentá-los, a matá-los ou ferí-los. Fugia assim, de seu destino. Krishna, então, apareceu-lhe e orientou-o a abraçar seu destino sem medos, visto que nada de mal viria se Arjuna executasse seu Dharma sem outras intenções, concentrando-se apenas no ato.


Take this hand, don't make a fist

Yahweh, why the dark before the dawn?

What no man can't own, no man can't take, take this heart, take my heart, don't let it break.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Assim

Quando eu enfraqueço, quando eu vejo a distância, a atividade e o resultado invisível, eu olho para o meu dedo anelar esquerdo. 

O dedo anelar esquerdo tem uma simbologia para nós ocidentais, uma simbologia que muitas vezes é denegrida, deturpada, mas ainda assim uma simbologia feliz. Uma simbologia de esperança. O dedo anelar é uma música, um cântico. Não pode durar para sempre, mas pode ser lindo enquanto está sendo cantado. 

Quando eu esmoreço, eu vejo o cordão barato em meu dedo, então me sinto confortado. Ele não é caro, não é feito de material nobre, não creio que será muito durável, não mais que uma fita do senhor do bomfim. Ainda assim, tem um simbolismo fantástico para mim. Foi um presente que me foi dado, um presente recente. Algo que ninguém deste mundo tirará, pois não foi prometido por alguém daqui.

Assim como foi feita a aliança e a promessa para abraão e toda a sua semente, a mim foi feita a promessa. Assim senti, assim será.

Este cordão, este laço, este anel e símbolo, é materialização de fé, lembrando que ela é diferente de crença, fé no futuro.

Porque, como não me canso de repetir, cada minuto que passa é um minuto a menos, estou um minuto mais próximo.

Assim senti, assim será.


P.S. Quando eu tiver dinheiro, o substituirei por algo mais durável. Confesso que quero evitar os metais nobres, gosto de coisas mais orgânicas. Ainda assim, vamos ver, isso é coisa futura. Por enquanto, vou me preocupar em trabalhar para conseguir o talvez dinheiro para o talvez futuro anel de material talvez orgânico. Apenas pensamentos de ordem prática...preto é uma cor legal. Eu gosto do preto e quem eu gosto gosta também. Preto aqui, preto acolá.


terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Dúvida

A Dúvida


Dúvida constante me assola
Mas minha fé me consola
Tenho medo da verdade
Que todo mundo corrobora

Dizendo que é enganação
Que as palavras são confusão
De um coração carente
Que não sabe o que sente

Mas sente falta de alguém
Isso não esconde de ninguém
E por isso confundiu
Achou meu "eu", que serviu

Um tapa-buraco para o vazio
Que então se seguiu
No coração que partiu
De uma menina tão linda
Que vive na berlinda
De um homem tão vil

Mas dizem que quem não quer
Por nada de mal passará
Há não ser que acredite
Que algum bem trará
Viver a sombra de um homem
Cuja exigência consome
E irado, vai fundo
Destrói tudo, põe fogo no mundo
E se deixarem, quebra o bar

Eu só fico imaginando
Se aquela frase é verdadeira
"Eu pedi, Deus atendeu", ela tomou a dianteira
Me deixou aqui sonhando
Gastando tempo pensando
Se não foi só ilusão

Ou ainda armação para sair bem na fita
Como pessoa aflita que não sabe o que fala
Não é louca quando pensa, muito menos quando cala
Esperta, talvez viva? Quis me deixar a deriva?
Caído em tentação
Vivendo por entre as nuvens e com os pés no chão

Se foi armação, meu bem
Para conseguir compaixão
Você conseguiu, foi além
Sonhos, sorriso e querer bem
Divisão de cada vintém, meu corpo e compleição
Mente fantástica, tanta atração!
Elouqueceu minha cabeça
E antes que eu me esqueça
Conseguiu também.......
Meu coração

Mas se você por acaso vier a imaginar
Que no banho-maria vai me pôr e deixar
Preciso dizer que todo mundo uma hora sai do banho
Se enxuga, passa perfume, abandona o ciúme, veste uma roupa de linho
Pára de querer ficar sozinho, pensando em alguém que não vem
Coloca terno arrumadinho e vai atrás de outra, sem peso na consciência
Ciente da ciência de que da anterior se esquece quando sorriso da atual enlarguece
E começa a te beijar

Então meu bem te digo com toda siceridade
Sei que você me foi sincera, mas não perca a oportunidade
Vá quinta no ensaio e olhe para meu rosto
Esqueça qualquer desgosto que essa poesia venha a causar
Lembre do batom, tire os óculos, olhe para mim com carinho
E fale, com jeito, baixinho, "eu vim para te namorar"
Que eu esqueço tudo, tudinho, que escrevi até agora

Vou e te beijo sem demora, quando eu terminar
Digo que quero namorar e que se tudo der certo
E daqui há quatro anos o mundo não acabar
Saiba com convicção, que se nosso amor perdurar
Seja sob flor ou espada, na igreja ou na sacada
Varanda ou de frente para o mar
Na presença dos amigos e de cada crismando
Todos sorrindo, comemorando
Nós vamos nos casar

Se você por ventura agora esteja chorando
Sem querer acreditar, ou talvez acreditando
Que eu falei rimando sobre tudo que eu sinto
Saiba que é verdade, não minto
Nem preciso inventar
Pode pegar o telefone, você sabe meu nome
É só me ligar

Diga o que vier a cabeça
Mas antes de brigar, se o for, não esqueça
Que quinta é o nosso dia
Se tudo confluir, quando a noite cair
O que já disse pode acontecer
Não precisas ver para crer, tudo já está traçado

Quero você do meu lado, entendo que é difícil
Mas deixe de desperdício que eu sou bom partido
Deixe o figura para lá
Enquanto usamos nosso tempo para um ao outro ensinar
Língua estrangeira, geopolítica, o governo do Itamar
Tudo o que possa engrandecer, quero contigo aprender
Sobre como é bom viver e você pode merecer
Alguém melhor como eu

Que nunca fui nem sou mais ateu
Depois que Deus me desceu
As duas da madrugada
Não sou 171 nem cilada
Desvire sua cabeça virada
Fique comigo então
Deixe o cara e sua confusão
Para o dono do bar

E se confusão ele arrumar
Nós chamamos a polícia
Vamos cuidar da vida, crescer e aprimorar
Nossa felicidade é vitálicia
Deixemos o que incomoda feito ele, não vamos dar corda

Deixa ele quebrar o bar



Para não repetir o título....

Mr. Wayne


Não temes a morte, a vida?
O abandono, a traição
Não temes o mundo, o passar do segundo
A crise dos bancos, privatização?

Quem é você, que nada diz temer
Mas sofre como eu?
São coisas diferentes, quero crer
Que muito se resolve em uma questão de entender

É o que parece tão difícil
Construir a ponte sobre o precipício
Mais fácil é dizer que não dá
Deixando tudo como está

Entendo, a vida melhora
O complicado até corrobora
Se tornando mais simples
O simples do nosso nem tão simples agora


"Retificado por H. Lucas e Juliana Barros"



segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Eita porra!

As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes." - (Joseph F. Newton)


E eu que pensei que essa construção fosse minha mas...tudo já foi pensado.

Que bom então que fui corroborado!


Noite de Segunda - Terceiro Canto

Agora que eu vi, 100 postagens.

Eu ia falar sobre algo, está ali na janela do chat...esqueci.

Mas o esquecimento...

Dizem que a ignorância é uma bênção, talvez o esquecimento também. Para quando ele não for desejável, eu costumo registrar, como e quando dá.

Para quando nem o registro dá solução, eu imagino.

E imaginando, invento.

Viva a mentira da minha vida, a mentira coletiva de nossos dias, os tempos que virão, o amanhã que não tarda.

A cada minuto passado, estou um minuto mais próximo.

É Fantástico.

Só que não é o da Globo não!

Fim do terceiro canto

Noite de Segunda - Segundo Canto

"Vamos falar de pesticidas e de tragédias radioativas"
                                                - Natália, Legião Urbana


Se há algo que eu entendi é que a instrospecção é fundamental para a sobrevivência. Acho que foi em todos os momentos, mas eu, apocalíptico como sou, penso sempre que a época de hoje é degradada, esculhambada, vosciferada, massificada, pragmatilizada, ada...ada...ada.

Não tenho a menor idéia se viver em outros tempos poderia ser melhor, mas só saberei se eu reencarnar, caso isso exista.

Eu tenho pouco medo das tentações, confesso. Ainda assim, temo muito as influências.

"Mas tentação não é uma influência"?

É, mas a tentação costuma ser direta, objetiva e visível. As influências, ah, elas só são notadas quando o botijão de gás passou da troposfera. Ao menos na maioria dos casos: essa afirmação não é dotada de rigidez científica, esse foi o último aviso.

A instrospecção, a meu ver, pode ser usada como ferramenta concreta para tornar o dia-após-dia mais agradável. Isso claro, quando há algo agradável no interior. Não se pode imaginar que o carvão virará diamante quando passar do animus para o meio externo.

Não conheço os meios individuais de alcançe da conduta, mas o fato é que a influência do meio externo imediato com o que há internamente, influência ativa que posteriormente se torna passiva, é padrão nos comportamentos.

Agora estou oscilando...perdi o fio da meada. Apesar disto, o fato existe. Acho que a maior prova que posso dar no momento da eficácia, aplicabilidade e talvez grandeza do mesmo é que a existência dele independe de minha crença ou narrativa.

Então, para encerrar o que está morrendo, eu creio, formulo, reafirmo e exteriorizo. Se a idéia que passou por todo esse processo interno de maturação for boa, e esse é outro juízo de valor, então é interessante que ela sobreviva e faça bem ao autor através da sua permanência no meio externo imediato. 

Engraçado, criar um mundo próprio às vezes te ajuda a se afastar do que te faz mal. É aí que mora o perigo.

Fim do segundo canto.



Noite de Segunda - Primeiro Canto

Afirmei anteriormente que sou melancólico. Sim, o sou. Não, não sou o único.

Não temos um só nome, somos muitos. Somos uma Legião.

Tendo repetido a frase de efeito, sigo para o esmiunçar do tema. A melancolia é, em manifestação prática, estar perdido em um lugar indefinido entre o passado e o presente. A aceitação do futuro é independente desta questão. Creio que é também uma dificuldade persistente em viver-se o hoje em sua plenitude, ao menos em determinados momentos. É difícil quantificar o sentimento, tarefa ingrata.

Podemos falar de um dia em um mês, um dia de perdição. Ainda, podem ser diversos flashes diários que, durante sua duração, fazem com que essa sensação de deslocamento esteja presente. Ademais, a quantificação é meramente ilustrativa e pouco importante, já que interfere mais na vida a intensidade de tais sentimentos.

Me disseram agora que eu adotei um porco quando era criança e que ele era criado no quintal do restaurante. Tudo bem, havia um cachorro. O cachorro caçava e matava os ratos. Sim, havia ratos. O cão era vira-lata, lindo. Mesmo sem linhagem, comportava-se como um perdigueiro. Infalível. Mentira, não sei se o era. Pouco importa, está morto há tempos. A memória está dentro de minha mente e na de poucos. Quando nos formos, caso ninguém mais lembre, estará tudo morto.

Voltando a questão do porco.

Disseram-me agora há pouco que eu gostava do porco, que não queria que o matassem, quando o fizeram. Ainda assim, acho que me afeiçoei ao animal. Gosto deles, acho que eles nos lembram, por vezes, do que esquecemos de ser ao passarmos a priorzar coisas secundárias. Eu gostava do porco, mas não creio que o porco gostava de mim. Porcos gostam de alguém? Deus sabe, só ele para esclarecer questões pouco sondáveis e de irrelevante interesse para a ciência.

Ou ainda nós, em lampejos de iluminação e genialidade.

Disseram que meu pai gostava muito de mim, eu acredito. Disseram que ele fazia questão de me buscar na escola. Eu pouco lembro. Sem minha memória, pouco sou. Preciso desesperadamente saber e honrar de onde vim para que eu possa orientar o meu caminho a seguir.

Sou lágrimas, estou a chorar. Vocês devem achar interessante essa devassa da minha intimidade. Sou artista, eu gosto mesmo é de atenção.

As lágrimas que ainda não derramei devem ser vistas com um misto de perplexidade e compaixão por todos os que lêem, não? A questão é que, como diria Morrissey, do Smiths:

Everybody's got to live their lives
God knows i got to live mine

Vocês têm que viver a de vocês, então as lágrimas são distração passageira.

Fim do primeiro canto.




Saldo Parcial

Saldo Parcial...


Estou liso, sem um centavo, literalmente.

Hoje de madrugada, fui salvo da dúvida. Isso é certeza. Também creio severamente, passei meia hora, na ocasião, crendo totalmente, que também fui salvo da solidão. A diferença entre estes dois salvamentos é que o da dúvida depende inteiramente de mim para sua completude e constatação. Eu já completei e constatei. Está pronto.

Quanto a solidão, depende de outro. Como não sei o que se passa na mente das pessoas, creio. Creio severamente, tanto que os dias se inverteram. O que era mais um dia sozinho tornou-se menos um dia até o momento da minha, da nossa reunião.

O tempo não está mais contra mim.

Time is ticking out, yeah. That's good!

Nunca pensei que poderia estar tão bem e tão sem dinheiro, ao mesmo tempo. O que era valor monetário tornou-se valor humano e espiritual, estou em paz.
"Retificado por H. Lucas"
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Saldo Parcial


Afinal, meu bem
A madrugada passou
Cada um acordou
Do seu lado da cama

E aí, meu bem
Eu vi que não tenho nada
Mas passei a ter tudo
Imagino se entendes
Tudo bem, se não

Você sabe, meu bem
Eu sou previsível
Às vezes incompreensível
E você, pela primeira vez
Tenta me mudar me aceitando

Confesso que nunca vi isso
É por essas que estou adorando

O saldo é parcial, o dia não acabou
O meu caixa ainda não fechou
Cada minuto que passou
É um minuto a menos até eu te encontrar

Para falar a verdade, meu bem
Antes que você venha
Eu preciso saber de algo muito importante
Uma verdade densa, de grandeza imensa
Preciso saber
Se você gosta de suco...

E aí, meu bem
Chego ao final disso
Tomemos água e respiremos fundo
Ainda não acabou
Temos muito o que viver.....juntos
Apenas começou

Mr. Wayne

Batman, caído em uma viela escuta de Gotham, sente a dor da bala que conseguiu ultrapassar sua armadura peitoral e que tinha, não sabia ao certo, se alojado perdo de suas costelas ou ainda, com sorte, varado seu tórax e não se alojado.

Mas nessas horas de dor, o Homem-Morcego se sentia muito tentado a ser apenas Bruce Wayne, ou melhor, Bruce. Apenas Bruce. O mesmo Bruce que caiu poço abaixo e que foi resgatado por seu pai, em toda sua fragilidade.

Caído, iniciou a comunicação:

"Alfred, are you there?
 Yes, Mr. Wayne.
 Alfred, i've been hit, help me
 What is happening?
  I've been hit, Alfred. Help me
  You're just a playboy, Mr. Wayne"


Triste, desesperançoso, teclava no MSN. A madrugada se alongava enquanto procurava ajuda, Marcelo estava prestes a cair.

"Lucas
 Diz
 Lucas, me ajude. A coisa está preta
 O que está havendo
 Estou mal, Lucas. Me ajude
 Você é apenas um playboy, Marcelo"

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Até que as coisas mudaram
 

É o Momento

É o Momento


Você pede demais em um momento que tem pouco a dar
Se você quiser, vai saber aonde me achar
Amanhã, outro dia, em qualquer lugar

De repente, você me vem do nada
Dizer que não está preparada
Que gosta de alguém que te mata
Aos poucos, ao passo que te maltrata

E construímos castelos
Sob alicerces pouco firmes
Então, o que era certo
Vai embora, em palavras frias

É o momento, meu bem
Não leve a mal
Até que gosto, mas não sei te amar
Eu não sei se é porque não sei me valorizar
Não é nada pessoal

É o momento, meu bem.




domingo, 9 de novembro de 2008

Cantando

Eu afasto o medo cantando
Hinos pessoais e de fé
Fé que pouca gente conhece
Por ser tão minha, desconfiam

Eu afasto a ansiedade chorando
Mandado-a embora lágrima por lágrima
Mas hoje, não consigo chorar
Quem sabe se eu começar a expirar...

Eu canto, choro, sorrio, fico tenso, penso tanto
Pensar tanto não é pensar demais, depende de quem vê
E do referencial

No final, das contas e do meu balanço anual
Obtenho um resultado nada imparcial
Normal

Quero ser levado pela onda, quero não tentar prevê-la, controlá-la, segurar água com as mãos
Isso é difícil.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sou o que possuo

Sou o que possuo


Tenho muitas coisas
Muitas delas me têm
Não importa o discurso
Só escuto o que convém

Esse é o retrato
Da parte ruim do meu ser
Que foi ensinado a viver
Como se deve ser

Se é isso que se deve caber
A pessoas normais, como eu e você
Imagino o que será do tempo futuro
Até o Criador está em cima do muro

Tudo começa com a análise do que você tem
Com pouco dinheiro ou status, paciência meu bem
Você provavelmente não agradará a quase ninguém

E o meu medo é que isso está virando normal
Vai ficando difícil encontrar outra pessoa igual
Ao menos parecida, se a sorte permitir
E que escape depois do prédio acabar de ruir

É meu bem, sem dinheiro e sem status será que somos alguém?

Tudo o que represento, qual é a diferença?
Se o homem depende de um senso de recompensa
Se o que você é para os outros vale pouco ou nada
Sua vida é uma canoa e ela está furada

Não estou dizendo que isso não signifique
Muito menos que esta poesia seja suficiente e explique
O mal do mundo, a duração de um segundo, porque somos assim
Sei que há muita coisa boa, mas hoje prevalece o ruim

Eu quero acreditar, preciso me lembrar
Das palavras de tanta gente que revolucionou sem matar
Gandhi, Mandela, Tutu, de Masi, King, Lennon, Chico Science
E quando o pânico vem eu tento racionalizar!

Dá um tempo, Marcelo. Volta a rimar!

O que acontece e o que sinto no momento
É que o mundo e eu estamos nos estranhando
Aonde eu não concordo e ele, se lixando
O que me desgasta, me acaba, fico sozinho, reclamando

Tudo gira em torno da desumanização
Que nos aflige e imprena nossa civilização
Ocidental, super legal, tão racional, monumental
E no Brasil quem é honesto se torna um débil-mental!

Observe, somos tão sãos, no jornal o destaque:
Bomba mata não sei quantos no Iraque
Isso é prova que nossa cultura atual
Esqueceu do ser humano e se focou no capital

E é o mesma política que você condena
Mas também não acha que vida sem dinheiro valha a pena
Então, meu amigo, conviva com a pena
De reforçar a mentalidade que gera o problema

Eu repito e analiso, não tenho solução
Mas pelo menos já enxerguei o tal do X da questão
Isso me lembra que Focault falava sobre punição
Essa punição, meu irmão, não cai do céu, não!

Focault dizia que nossos chegados são os agentes da repressão
Eles te cobram, falam das novidades, se utilizam da razão
Para justificar nosso sistema que vincula o seu valor a sua capacidade 
De ação, de raciocínio, de emoção, 
Não, a sua capacidade de produção

Se sou o que produzo
E produção virou dinheiro
Como posso ser um ocioso
Se trabalho o dia inteiro?

Pinto, bordo, escrevo, recito
Nada disso os comove se não há uma receita
E isso não, repito, culpa do presidente ou da falta de um pleibiscito!
Isso é um sentimento, geral, ocidental que supera esquerda ou direita

Veja, só o meu caso, que coisa legal
Minha ex me largou por eu não ser produtivo
Dentre outras coisas, mas ela não poderia dizer
Que isso contou, o fato imediato de eu não ter
O que produzir, dinheiro para sair, roupas novas para vestir
Isso simbolizava que eu não bom partido para se reproduzir?

Como assim, ela não te quis porque você não a fez feliz?

Também, só não sei se essa felicidade estava no coração ou na carteira
Não que ela seja interesseira, não é isso. Mas é que ela, também pensava naquilo

Naquilo, sexo? Mas que safadeza!

Não, é isso, calma, pensa com clareza:

Ansiedade, sexo, consumo, reprodução, consumo, sexo, ansiedade, propaganda de televisão.

E no final, cansados e enfartados, a nossa extinção.

Extinção pessoal, nas não é nada pessoal, tudo faz parte do esquema, do problema, tudo está dentro do normal.

Entendeu? Não, explico denovo:

Ela queria alguém que desse estabilidade
E acho que seja quem for, será amado de verdade
Porque a verdade, porque o amor caíram mediante o capital
E hoje sua importância é medida pelo saldo do seu cheque especial

Mas é claro, ninguém admite tal coisa, seria horrível demais
E figimos que tratamos todo mundo como iguais
Voltando a ela, preciso enfatizar
Que ela é fruto de um sistema mais antigo, mais preciso e impossível de matar
Há não ser que uma caverna vire seu novo lar

Como ela não podia fugir, se deixou levar, sim
E passou a chamar de normal ou aceitável o que viu de ruim
E se enganou e engana com cada distração
Que encontramos em cima da cama ou em uma nova promoção

Liquidação, estão liquidando, mas não é só seu bolso
Seu juízo, sua sanidade, sua razão, vendidos parcelados
Na loucura sensorial dos shoppings e supermercados
Suas filas, tempo perdido e alimentos enlatados

Estão nos comprando em prestações...

Estamos no novo mundo que não é o da ficção
De compras na Siberian e corpos caídos no chão
Tudo dentro da mesma cidade, sociedade, não é armação

Provemos o milagre de criar mundos paralelos a menos de 400 metros de distância
Que abundância!

No mais, resta a esperança
Da minha alienação, ficar igual ao povão
Tirar a carteira da OAB
E fingir que o mundo se resume ao que vejo na TV

Torcer para o América
Jantar em algum lugar, uma vez por mês, olhe lá
Ir na casa lotérica, fazer uma aposta
Acreditando que o dinheiro me tirará desta...enfim

Não é tão ruim, pior se eu estivesse morrendo de tuberculose
Doença do século passado, mal que ainda é postergado
Sabe porque? Qual é o grande motivo?
É que tuberculose não é doença de rico!

Se não gera dinheiro, também não gera pesquisa
Não teremos a cura enquanto os doentes forem gente pobre 
ou lisa!

Assim sendo, será que precisamos de prova documental?
Para ver que nossa cultura, que amargura
Gira em torno do capital.


Peace, Out



 

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tudo Está no Lugar

Tudo Está no Lugar
(Em que não Devia)


Estou triste, cabisbaixo e sem rumo
Como não acho saída, vou e me jogo no consumo
Uma pilha de livros para ler, um mundo para entender
Me sinto tão apático que mal posso me mover

O que fazer?
Subverter, me entender
Procurar ler, "desopilar"
Me masturbar?

Eu conheço diversos escapes mas todos levam ao mesmo lugar

Quero fazer um filme
Quero ser reconhecido
Nem mesmo sei se é crime
Contar uma história sem tê-la vivido

Estou dividido, subentendido e com vontade de cantar
Quero crescer e me desenvolver, mas não acho quem possa ensinar!

Isso é fato, precido do ato, preciso transar
Desculpe a menção mas esse tal palavrão
Ajudaria a me acalmar

Transar, foder, procriar, me reproduzir
Não é algo que eu quero, pois quando eu penso no mundo
Me desespero e o que me sobra é sorrir!

Deus me ajude a entender
Como devo proceder para aplacar meu coração
O que fazer para conter essa grande solidão

Se você, ao ler isto, decidir se apaixonar
Tenha cuidado; além do retrato há uma vida e história
Do tamanho do nosso mar

Tanto mar...
Para que navegar
Se me afoguei na praia?

Ao menos pude ver como é curta a sua mini..."saia!
Saia de perto de mim, não é assim!
Você não me conhece, me enaltece, me coloca em um pedestal
Como se eu fosse a Maria dos enfeites de Natal
Calma aí, seu animal, tenho muito de ruim
Mas sorrio o tempo todo por ter medo de não gostarem de mim"

Vou ficando por aqui
Uma hora deve parar
Mas minha mente aflita ignora a escrita
E acha que estou no mesmo lugar

Tudo está no lugar
Em que não devia estar!


Melancolia


Sou melancólico, não contesto.

Não sou o único. Percebi, em história recente, que o sou porque outra melancólica me alertou.

Somos muitos, não temos um só nome.

Nós somos uma legião.


Vamos fazer um filme?

Achei um três por quatro teu e não quis acreditar que tinha sido há tanto tempo atrás....

Sete meses.

Não Não! Não é sobre  música da Legião, aquela de mesmo nome do título! É sobre um filme, bem, um curta. Vida de roteirista é complicada. Elaborar roteiro, também. O complicado é ter que ficar pousando todos os devaneios criativos dentro de um papel. Medindo, quantificando, descrevendo. Trabalho justo: as pessoas não podem simplesmente plugar um cabo USB na sua cabeça e receber a informação diretamente. Palavras faladas mudam, se alteram um pouco em cada receptor. Palavras escritas, por outro lado, nem tanto.

Então, escrevamos!

Filme moderninho, curta. Não mais que quinze minutos. Shoegazing, Midway Mall, três pessoas, nenhuma mensagem, sem apoteose, clímax, orgasmo visual, nada. O objetivo não é ensinar, moralizar ou contar estória. O fato é que, se eu conseguir que as pessoas acabem de assistí-lo estando modificadas, então me darei por satisfeito.

"Mas até a música do triângulo do cavaco chinês modifica as pessoas! Não somos os mesmos após ouví-la".

Verdade. Espero que essa modificação seja, pelo menos reflexiva. Não precisa durar nem cinco minutos, já que o tempo hoje parece valer mais do que antes. Uma reflexão de dois minutos sobre qualquer coisa relativa às cenas e estarei feliz. Sim, feliz como uma cocatriz.

"O que é uma cocatriz"?

Wikipedia!


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Hammer and Anvil!

Martelo e Bigorna.


Engraçado. Meu pai me dizia que não havia inferno, que tudo que seria pago o seria feito aqui.

No meio disso, me lembrei do Gil Gomes e do Aqui e Agora. Jornalismo sensacionalista não é de hoje, hein? 

Voltando ao assunto, fico pensando até que ponto existia verdade nas palavras dele. Eu fico, às vezes, achando que já vi de tudo, mesmo só tendo 24 anos. 

Ele, por outro lado, morreu com 80. Se eu acho que já vi de tudo, teria ele visto de tudo e mais um pouco? Talvez, em sua sabedoria, ele tenha percebido que, mesmo aos 80, ainda não tinha visto de tudo, mesmo que esse pouco parecesse um universo.

Falando agora de minha experiência, digo que já fui martelo e bigorna. Hoje, para algumas coisas, sou martelo. Para outras, sou bigorna. Assim, aparentemente, será até a extinção da carne. Não é justo que eu queira me desviar de algo que parece tão natural, tãopouco impedir este ciclo. Peço, espero que, quando eu for martelo, que os golpes sejam mais leves e, quando eu for bigorna, que eu seja forte para aguentar.

Que assim seja.

domingo, 2 de novembro de 2008

Ínfimo

Ínfimo


Ín
Fi
Mo

e grandioso, abismo perigoso entre o que é sério e o tom deveras jocoso.

No mais, o menor espaço entre o que é banal e o totalmente espantoso.




sábado, 1 de novembro de 2008

Pânico

Ensaio sobre o Pânico

"O horror...o horror".
             -Coronel Kurtz, Apocalypse Now.

"...o povo está calado, está parado esperando Deus e batendo palmas para o Diabo".
                                   -"Esperanduque". Gabriel, o Pensador. 


O ensaio...a análise do fato, o problema que encontra consolo no ato, o fato. 


Creio que cada sentimento humano se manifeste de maneira diferente, sutilmente diferente, em cada ser vivente. Assim, não dá para caracterizar com perfeição algo de tamanha abstração quanto uma emoção. Isso está ficando meio rimado, não posso me deixar ser acorrentado por qualquer ido ou ado.

Porém, lembramos que a ciência e o senso comum catalogaram e identificaram aspectos gerais e que se reproduzem em cada tipo de manifestação emotiva. De tal maneira, pôde haver pesquisa e lastro argumentativo. Debate sem fudamentos pressupostos comuns aos dois interlocutores vira briga de galos, tentativas de se estabelecer conceitos antes mesmo de usá-los. É um "Segura na Mão de Deus".

Falarei então sobre meu pânico. Como definir? Difícil, mas o Coronel Kurtz, de certo modo, concatenou o sentimento: horror. Um horror que é o mais próximo da morte que um ser vivente e pacífico geralmente chega. Claro, você sempre pode ser atropelado por um carro e, naquele último instante, ver que lascou tudo. Só que, geralmente, esse último e mentalmente agonizante instante dura muito pouco, tanto quanto um instante.

No pânico da Ansiedade Generalizada e da já tradicional "Síndrome do Pânico", esse instante dura umou vários momentos. Vai ver é por isso que, sempre quando acontece, eu me sinto cansado. Cansado e abatido, esvaído. Não tem orgasmo que me deixe acabado como um episódio de pânico me deixa. A Morte pode ser bem assustadora.

"Mas você não morreu!"

Claro, só que o efeito durante o percurso é como se eu estivesse.

Vou, claro, me abster da parte técnico-científica, o Google pode resolver essa questão. Este ensaio é, sobretudo, de impressões pessoais. O bom é que ninguém viu, é difícil para eles entenderem. Não é Stress, tãopouco depressão. Essas doenças são mais aceitas por terem uma conotação pop. Pânico é um pouco obscuro e, por assim o ser, gera desconfiança e medo.

Apesar de quaisquer coisas, fiz um hemograma. Engraçado como nos apegamos a qualquer coisa para provarmos que estamos bem. Uma das poucas coisas boas de se ter um episódio desses é que se é lembrado da própria fragilidade e de que, no matter who you are, você um dia vai morrer. Em termos simbólicos, é como se a morte pegasse no seu ombro e falasse, baixo: "não se esqueça de mim".

Pronto, já me lembrei novamente de você. Agora me dá licensa, vou descansar. Você é areia demais para o caminhão de qualquer um que visitou...talvez não o Jesus, mas nem sei se ele ressucitou.


Hoje vi a morte era dia
Aconteceu enquanto você escrevia
Sobre qualquer coisa da vida
Ah, foi uma grande ferida

E nem sei porque disse
Dá vergonha, amor
Te desconstruir a ponto de saber
Que gente como eu sente tanta dor
Não é todo dia que posso te dar uma flor

Poxa, você não tem idéia