terça-feira, 28 de abril de 2009

Engraçado Ver

Eu não sei de nada
Só sei que essa estrada
Está por começar

E o que quer que seja
Que a gente almeja
Por vir a nos deixar

Eu não tenho nada
Além de minha rima
Minha auto-estima
Mentiras por contar
Eu não entendo porque
Não consigo escrever
E ainda assim escrevo
De outro jeito, sem saber

Eu tenho tanto sono
E ainda cabe um sonho
No meio daquela escuridão
Que se concretiza
Toda noite à fora
Devido à nossa condição

Mas você não dorme
Não quando eu o faço
Não é embaraço
Ficar vendo TV
Engraçado ver
Que o que me sustenta
Não é o mesmo em você

terça-feira, 21 de abril de 2009

Ocasião

Ocasião


É momento certeiro, aposta de ocasião
Quando fico triste, componho
Quando estou alegre, não

Eu não entendo o mundo
Parte dele não me entende também
Não sei se sou feliz sozinho
Se sou completo sem alguém
O fato é que há um caminho
Seja à pé, de carro ou de trem

A poesia é fruto da minha solidão
Luz criativa vinda, quem diria
De tanta escuridão

E assim fica o relato
De um homem um pouco mais sozinho
Agora, que o fim é um fato
Deus nos ajude sozinhos
Porque da relação, só há o hiato

Click

Click!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Fala

Eu sou tanto
Tanto medo da raiva humana
Do fim do mundo e da violência
Eu oro tentando ajudar quem posso
Mas, quando não dá certo, eu corro até a ciência

Sou dez, trinta, um
Creio estar em todos os lugares
Mas, às vezes, estar dentro deste quarto...
Estar dentro deste quarto é estar em lugar nenhum

Tenho amigos que têm amigos
E por acaso, também andam comigo
Amigos, amigas, amiga de um amigo
Eu tenho isso mas, às vezes
Não vejo nada além de meu umbigo

Não tenho tanto dinheiro quanto gostaria
Menos do que posso gastar
Tenho uma dor na mão esquerda
Que tenta, com certo sucesso, me preocupar

Sou um homem frouxo que nem a psicóloga conseguiu ajudar
Porque, às vezes, não se sabe ao certo o que falar
Eu ando todos os dias mas nem sempre saio do lugar
Ela não entende a minha dor ao não saber em que página do livro de psicologia ela está

Me chamaram de homem, Marcelo, brasileiro, inteligente, um monte de coisas
Fora todas as outras que eu tenho receio em relatar
Vários nomes que formam a cola que ajuda a prender tantas folhas soltas

Sou uma fala que cala, por vezes por não saber o que pensar
Calo e falo, como Callas e Callo. Cores curiosas que formam o meu linguajar
Sou uma voz que não quer calar


quarta-feira, 15 de abril de 2009

Duo

Depois de algum tempo...
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Escolhas
(Almodóvar, Frida Callo) [Cores de...]

Há quem escolha porque pode
Há quem escolha por não poder escolher
Palavras vêm quando não espero
Espero poder esperar

Quero possuir o fato
Perdido entre concreto e abstrato
Entender o sentido do relato
De tanta necessidade por escolha

As escolhas q nao fizeram ou fizeram a mim, as que fiz e preciso fazer...o dilema de decidir, a responsabilidade de crescer

 palavras que vêm....material, objeto, vontade, realidade, construir,  passo, andar, pele,