sábado, 1 de novembro de 2008

Pânico

Ensaio sobre o Pânico

"O horror...o horror".
             -Coronel Kurtz, Apocalypse Now.

"...o povo está calado, está parado esperando Deus e batendo palmas para o Diabo".
                                   -"Esperanduque". Gabriel, o Pensador. 


O ensaio...a análise do fato, o problema que encontra consolo no ato, o fato. 


Creio que cada sentimento humano se manifeste de maneira diferente, sutilmente diferente, em cada ser vivente. Assim, não dá para caracterizar com perfeição algo de tamanha abstração quanto uma emoção. Isso está ficando meio rimado, não posso me deixar ser acorrentado por qualquer ido ou ado.

Porém, lembramos que a ciência e o senso comum catalogaram e identificaram aspectos gerais e que se reproduzem em cada tipo de manifestação emotiva. De tal maneira, pôde haver pesquisa e lastro argumentativo. Debate sem fudamentos pressupostos comuns aos dois interlocutores vira briga de galos, tentativas de se estabelecer conceitos antes mesmo de usá-los. É um "Segura na Mão de Deus".

Falarei então sobre meu pânico. Como definir? Difícil, mas o Coronel Kurtz, de certo modo, concatenou o sentimento: horror. Um horror que é o mais próximo da morte que um ser vivente e pacífico geralmente chega. Claro, você sempre pode ser atropelado por um carro e, naquele último instante, ver que lascou tudo. Só que, geralmente, esse último e mentalmente agonizante instante dura muito pouco, tanto quanto um instante.

No pânico da Ansiedade Generalizada e da já tradicional "Síndrome do Pânico", esse instante dura umou vários momentos. Vai ver é por isso que, sempre quando acontece, eu me sinto cansado. Cansado e abatido, esvaído. Não tem orgasmo que me deixe acabado como um episódio de pânico me deixa. A Morte pode ser bem assustadora.

"Mas você não morreu!"

Claro, só que o efeito durante o percurso é como se eu estivesse.

Vou, claro, me abster da parte técnico-científica, o Google pode resolver essa questão. Este ensaio é, sobretudo, de impressões pessoais. O bom é que ninguém viu, é difícil para eles entenderem. Não é Stress, tãopouco depressão. Essas doenças são mais aceitas por terem uma conotação pop. Pânico é um pouco obscuro e, por assim o ser, gera desconfiança e medo.

Apesar de quaisquer coisas, fiz um hemograma. Engraçado como nos apegamos a qualquer coisa para provarmos que estamos bem. Uma das poucas coisas boas de se ter um episódio desses é que se é lembrado da própria fragilidade e de que, no matter who you are, você um dia vai morrer. Em termos simbólicos, é como se a morte pegasse no seu ombro e falasse, baixo: "não se esqueça de mim".

Pronto, já me lembrei novamente de você. Agora me dá licensa, vou descansar. Você é areia demais para o caminhão de qualquer um que visitou...talvez não o Jesus, mas nem sei se ele ressucitou.


Hoje vi a morte era dia
Aconteceu enquanto você escrevia
Sobre qualquer coisa da vida
Ah, foi uma grande ferida

E nem sei porque disse
Dá vergonha, amor
Te desconstruir a ponto de saber
Que gente como eu sente tanta dor
Não é todo dia que posso te dar uma flor

Poxa, você não tem idéia





 

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