quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Flower

Hoje me deparei com uma música de uma banda de J-Rock a qual eu ouvi pela primeira vez há, digamos, uns oito anos atrás.

Isso é sinal de que, no mínimo, dois entes estão ficando velhos por aqui. Curioso observar que algo que já me impactou por estar inserido em um contexto afetivo bem diferente do qual me encontro hoje continua me tocando. Isso, talvez, seja um indicativo que eu sempre gostei da música por sua essência melódica, sendo sua origem aditiva em termos de valor.

Definitivamente, não sou mais a mesma pessoa que ouviu aquela música há tanto tempo atrás e tampouco são as mesmas as pessoas que me apresentaram ao L'arc~en~Ciel. Imagino o que resta daqueles seres que éramos então, quais seriam as características pétreas em uma personalidade. Se eu me visse em duas épocas distintas, poderia fazer amizade comigo mesmo? Quais seriam os pontos em comum que trariam identificação, alteridade, segurança e conforto afetivos?

Ontem soube por Lucas que Márcia estava sentada em um banco do Midway aconchegando em seu ombro a cabeça de seu novo namorado. Mesmo tendo pedido e orado por isso, eu me senti profundamente desconfortável. Lembranças que me perseguem como uma doença, pois ao contrário das da música, vêm sem eu pedir. É uma aberração profundamente humana não corresponder a quem bem me fez e ao mesmo tempo dedicar energia mental a quem pouco se importa comigo. Até música sobre essa irracionalidade fizeram: realmente, ainda somos afetivamente imaturos. O despertar da inteligência e da senciência não foram suficientes para um desenvolvimento livre de percalços.

E essas palavras, para que servem? Seriam catarse, experiência de alteração de pensamentos quanto a um tema? Depuração de sofrimento? Improvável, pois geram pouco retorno e, neste momento, não reflito. Verborragia emocional, é isso que faço e que tantas vezes fiz.

Sinto-me emburrecido, minhas idéias encontram mais dificuldade para manifestarem-se. Como se meu crescimento muscular implicasse em uma diminuição de meu intelecto: ah, cérebro com tanta capacidade para se enganar! Finge agora ser embotado, apenas para me agradar.

O pior insight que tive ultimamente foi perceber que eu não sou tão capacitado e inteligente assim, afinal moro em uma cidade provinciana em um país pouco afeito à capacitação intelectual e minha formação é influenciada por isso. Nunca estudei no MIT, desconheço Oxford e Cambridge e nunca estudei filósofos e poetas durante o ensino médio. Em suma, sou tido como muito inteligente e capacitado não por verdadeiramente os ser, em níveis comparativos, mas sim porque os ao meu redor são menos capacitados ainda.

Sinto que a raça humana está ficando mais estúpida, ao menos tratando-se de seu termo médio. Isso me preocupa, mas creio que é uma impressão falsa. Profundamente egocêntrico e narcísico, encerro o post.

Laruko....Like a Flower!!!!!!!!!!!!!
Flower!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Koko ni iru kara!
Flower!!!!

Um comentário:

Priscila B. disse...

talvez você esteja correto sobre o ser humano estar ficando cada dia mais burro, mas ele é o próprio culpado, se acomodando com as facilidades que chagam até ele, avanços da tecnologia, tudo vem muito mastigado, exigindo cada vez menos o esforço mental do mesmo, e acomodam-se com isso. Poucos tem o discernimento de se destacar entre as massas, e mesmo assim, ás vezes me questiono, que diferença faz?