sábado, 6 de novembro de 2010

Todas as Frutas

Cada qual com seu luto, sua forma própria de expressar o inexpressável, pois a dor tem nome por obrigação. Não há palavras que realmente a expressem: caem antem sua natureza.

Estou cansado de ironias sacanas da vida...mas quem disse que tenho controle sobre isso? Minha mãe viajou e, há poucos dias, comprei uma embalagem com quatro pacotes de Trident Tutti-Frutti, pois o consenso é a melhor escolha. Pretendia dividi-los com ela.

Nem melancia nem morango: o diálogo geralmente nos ajuda e, dele, a mediania.

Meu luto é mascar um pacote por dia, extraindo dos chicletes cada momento de doçura até que se tornem desinteressantes e ensosos. Hoje terminei o segundo: um pacote por dia até que não haja mais chicletes, até que não haja mais nada.

Tolice minha, como se meia dúzia de chicletes fossem substituir um ser humano, suas presença e conformidade. Porém, sem muita alternativa, aos chicletes. Melhor do que beber Coca-Cola indiscriminadamente.

E agora, luto corrente, dois cordões coloridos circundam meu pulso esquerdo. Azul e verde, verde e azul.

Não existem cores, mas vontades imiscíveis.

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