sábado, 3 de julho de 2010

O Curioso Caso de Marcelo Melo

Descobri que havia algo intrínsicamente diferente do estabilishment em mim quando, aos seis anos, indaguei a uma menina de talvez mesma idade o porque de ela usar a parte de cima do biquini, por não ter ainda seios. Estávamos em uma piscina em uma praia próxima.

Ela não soube responder, perguntou ao pai e a confusão começou.

Como sabemos, quem observa as brechas, hipocrisias e falhas no sistema costuma ser tido como perigoso e, eventualmente, expurgado ou morto. Sequer preciso citar exemplos, dada a quantidade de mártires na nossa cultura popular.

Quando eu era pequeno, pedia para a tia da escola comprar um pastel de carne, fazia-a jogar a carne fora e comia só a massa.

Não posso ser como os outros e não, isso não é atuação. Não estou vivendo uma mentira.

A senhoria Wilhelmina Murray contribuiu para que eu percebesse que, mesmo com os bônus de tal modo de vida, os ônus seriam pesados. Eu os contemplo todos os dias...oh boy, i do.

Sou ateu e agnóstico quase ao mesmo tempo, não tenho uma ereção desde o dia nove de Junho, perdi o desejo sexual e estou em uma banda de rock. Jogo baseball mal, sou uma confusão existencial, pareço-me com o Charlie Brown e sei rimar quando preciso.

Só que a minha garotinha não é ruiva, sabe que eu existo e está se fodendo para isso.

No mais, meu cansaço pós-treino pesado de Baseball impede-me de dissertar muito. Ainda assim, digo que a única certeza que eu tenho é que modificarei notoriamente o mundo durante minha vida.

Now, this is what you may call arrogant, no?

Maybe, but the dream is over, nonethless. It was over yesterday.

Hoje discursei para meus pares sobre a necessidade de conhecer-se, não vivendo então uma fantasia auto-imposta e, consequentemente, aceitar-se. Além disso, lembrei-os e também a mim mesmo que a vida acaba em uma fração de segundo.

E, ainda assim, a descartamos como se fosse um objeto: maldito condicionamento.

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