domingo, 4 de julho de 2010

A Sociedade Onírica

E dizia o velho Armstrong que, lá pelas bandas de Portsmouth, houve um grupo de jovens que causou comoção ao romper através das brechas. Havia aqueles que o faziam com os dedos; outros, mais afoitos, utilizavam-se das mãos. Uns ainda, dos pés.

Falou-se até no jovem Mcloud, que quis enfiar a cabeça toda e primeiro, mas foi contido por seus amigos, estes mais prudentes.

Não obstante os sujeitos, o velho Armstrong insistia que o que começou como uma brincadeira de jovens esperançosos tomou proporções que modificariam a rotina ondulante da cidade. Boatos surgiram e, em um momento, eles eram adoradores do demônio; em outro, liam livros e dançavam dentro de uma caverna. Eventualmente, eram apenas um grupo de moças e rapazes que reuniam-se na praia, a cada final de tarde, para desenhar na areia e falar das coisas simples.

Como, na prática, ninguém além de seus membros sabia do que se passava na sociedade, ela tornou-se vítima de seu próprio título: surgiu e desapareceu lentamente como um sonho bom. Vai ver, teve início e fim tortuosos como um pesadelo felizmente passado.

Os fatos, estes sempre foram inverificáveis, pois sequer sabe-se se a sociedade ainda existe. Os participantes, estes sim, o sabem.

Pois opinião e conhecimento sempre foram coisas distintas.

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